Saiba quem são os três magnatas por trás das Americanas

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Saiba quem são os três magnatas por trás das Americanas

Desde os anos 70, eles construíram um império; agora, enfrentam a maior crise em décadas no comando da Americanas.

Três empresários conversando em escritório. Foto: pressfoto/freepik.
No epicentro de um dos maiores escândalos financeiros do Brasil, a Americanas, a quarta maior recuperação judicial da história do país, tem suas rédeas conduzidas pelos três homens mais ricos do Brasil: Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, cujas fortunas combinadas ultrapassam os R$ 185 bilhões.

A aliança entre esses empresários cariocas, iniciada na década de 1970 no extinto Banco Garantia, resultou na fundação de um império empresarial que se estende por décadas. Com a criação da 3G Capital e da AB InBev, eles consolidaram sua posição como titãs globais, que agora enfrentam uma tempestade provocada pela recuperação judicial da Americanas.

Jorge Paulo Lemann: o visionário mentor

Jorge Paulo Lemann, nascido no Rio de Janeiro em 1939, é o mais velho do trio e atualmente ostenta o título de homem mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada em mais de US$ 16 bilhões. Lemann trilhou uma trajetória acadêmica brilhante, que contou com uma graduação em economia em Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do mundo.

Seus primeiros passos no mundo dos negócios ocorreram no mercado de capitais, marcando o início de uma carreira que culminou na fundação do Banco Garantia. Sua visão estratégica e habilidade para identificar oportunidades foram fundamentais para a criação do império que se seguiria.

Marcel Herrmann Telles: o caçula do trio

Marcel Herrmann Telles, o caçula do trio, nasceu em 1950 no Rio de Janeiro. Contrariando seus interesses artísticos, Telles optou por estudar economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) direcionando-se para o mercado financeiro. Sua jornada começou na corretora Marcelo Leite Barbosa, mas foi no Banco Garantia que ele encontrou os parceiros que moldariam o futuro do grupo.

Telles desempenhou um papel crucial na mesa de operações do Garantia, contribuindo para a ascensão meteórica do banco. Seu empenho e visão estratégica foram essenciais para o sucesso da parceria que viria a criar gigantes empresariais.

Carlos Alberto Sicupira: o empreendedor do mar

Carlos Alberto Sicupira, o terceiro magnata, nasceu em 1948, no Rio de Janeiro. Desde jovem, seu coração pulsava pelo mar, sonhando em ingressar na Marinha. Contudo, sua jornada o levou ao mundo dos negócios, iniciando com a venda de carros usados.

Formado em administração de empresas na UFRJ, Sicupira trilhou um caminho empreendedor antes de se unir ao Banco Garantia. Sua paixão pelo mar persiste até hoje, refletindo-se em iniciativas filantrópicas, como a criação da Fundação Brava.

Banco Garantia: a semente do império

O Banco Garantia, fundado no início dos anos 1970 no Rio de Janeiro, foi a semente do império construído por Lemann, Telles e Sicupira. Inicialmente uma corretora de papéis financeiros, o Garantia transformou-se em um banco inovador e agressivo, guiado pela meritocracia.

A década de 1980 marcou a ascensão dos três empresários como acionistas de referência da Americanas. A aquisição do controle acionário da varejista foi um dos marcos iniciais de uma jornada que os levaria a comandar o Garantia por quase 30 anos.

A venda do Garantia em 1998 marcou o início de uma nova fase. O trio fundou a 3G Capital, desencadeando uma série de investimentos bilionários que moldaram o cenário global, desde a AB InBev - multinacional de bebidas e cervejas - até a Kraft-Heinz - 5ª maior empresa de alimentos e bebidas mundo.

O desafio atual: a crise na Americanas

Atualmente, Lemann, Telles e Sicupira enfrentam o desafio mais significativo de suas carreiras. A Americanas, sob sua gestão como acionistas de referência, entrou em recuperação judicial após a revelação de um rombo bilionário nas finanças.

Em nota conjunta, os empresários negaram conhecimento do problema e ressaltaram seu compromisso ético. A crise não apenas abalou financeiramente o trio, com perdas significativas em suas participações, mas também ameaça sua reputação como ícones do capitalismo brasileiro.

Apesar das adversidades, Lemann, Telles e Sicupira permanecem no epicentro dos negócios globais, aguardando os desdobramentos de uma crise que testará não apenas sua fortuna, mas a resiliência de um império forjado ao longo de décadas.

No capítulo mais recente da recuperação judicial, a Americanas fechou acordo com credores no qual receberá uma capitalização de R$ 24 bilhões, que inclui um aporte de R$ 12 bilhões por parte dos três acionistas referenciais. Saiba mais nesta reportagem.

 

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Sexta, 06 Dezembro 2024

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