Flexibilização dos juros nos EUA ainda é incerta
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As autoridades monetárias dos Estados Unidos estão cautelosas ao definir um cronograma para o início da flexibilização da política monetária, apesar das expectativas de uma possível redução das taxas de juros pelo Federal Reserve. Esse cenário foi destacado nesta sexta-feira (10) tanto pelo presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, que possui direito a voto nas reuniões do FOMC, quanto pela chefe do Fed de Dallas, Lorie Logan.
Em uma entrevista à Reuters, Bostic expressou que, embora seja provável que o Fed continue no caminho certo para reduzir as taxas de juros este ano, o momento e a extensão dessa flexibilização permanecem incertos, com uma desaceleração da inflação ocorrendo apenas gradualmente. Ele destacou que, apesar de um primeiro trimestre com inflação acima da meta de 2% do Fed, ainda há expectativas de que os juros possam ser reduzidos.
Bostic mencionou que conversas com empresas de seu distrito indicam uma provável desaceleração no crescimento dos salários e dos empregos. Ele observou que a maioria das empresas sente que seu poder de precificação está diminuindo, após altas expressivas nos preços que levaram a inflação aos maiores níveis em 40 anos, em 2022. "A maioria dos empregadores espera retornar ao crescimento salarial pré-pandêmico, e fora as empresas de tecnologia, muitos relatam que seu poder de fixação de preços está no limite", acrescentou Bostic.
Essa situação, segundo ele, deve preparar o cenário para um progresso contínuo na redução da inflação ao longo do ano, possibilitando que o Fed eventualmente inicie a flexibilização de sua política monetária. No entanto, Bostic ressaltou a necessidade de paciência, indicando que será necessário observar uma desaceleração mais significativa no crescimento do emprego e outros indicadores antes que possa ser consistente com a meta de inflação do Fed.
Por outro lado, Lorie Logan, presidente do Fed de Dallas, expressou na mesma sexta-feira suas preocupações sobre as incertezas relacionadas à atual política monetária. Ela destacou que ainda é "muito cedo" para considerar cortes nas taxas de juros, questionando se a política atual é suficientemente restritiva para conduzir a inflação de volta à meta de 2% do banco central.
Ambos os presidentes refletem um panorama de cautela e monitoramento contínuo por parte do Federal Reserve, enquanto navegam pelos desafios de ajustar a política monetária em resposta às condições econômicas em evolução.
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