ESG: 3 perguntas para criar uma carteira socialmente responsável
77% dos investidores aumentaram seus investimentos em ESG; saiba como começar.
Environmental, social and governance (ESG), em português, pode ser traduzido como ambiental, social e governança. Resumidamente, é a métrica utilizada pelo mercado para definir o quanto uma empresa se importa com o meio-ambiente e com as pessoas. Os resultados têm mostrado que quem investe em ESG têm alcançado retornos mais positivos.
O mercado tem crescido: 77% dos investidores aumentaram de forma significativa seus investimentos em ESG durante a pandemia de covid-19, segundo uma pesquisa global realizada pela corretora americana MSCI.
Na bolsa americana, existem quase 440 fundos negociados com foco no ESG, de acordo com a empresa de pesquisa Morningstar. No Brasil, os produtos e serviços ESG disponíveis na B3 são listados aqui.
Mas como saber se, de fato, um investimento é ESG? Um consultor financeiro pode ajudar, porque nem sempre o que parece social e ambientalmente comprometido, de fato é. Para encontrar respostas, é preciso ir além das perguntas usuais sobre taxas e qualificações. O site Market Watch separou três perguntas úteis para criar um carteira de investimentos social e ambientalmente responsável. Veja a seguir.
1. "Quais são suas opções de investimento ESG?"
Os investimentos ESG são recentes, então tenha em mente que todos estão aprendendo juntos. Muitos consultores podem simplesmente apontar alguns ETFs ou fundos mútuos oferecidos por suas empresas ao invés de oferecer uma opção de portfólio completo.
Se for esse o caso, é improvável que ele saiba muito sobre investimentos sustentáveis.
Um consultor focado em sustentabilidade deve usar métricas de análise econômica e fundamental tradicionais, mas também incluir métricas de sustentabilidade, como governança corporativa, segurança do produto, histórico ambiental e outras envolvendo ESG.
2. "Como você aborda o ESG?"
Consultores financeiros com foco em ESG devem ser capazes de explicar como constroem uma carteira de investimento sustentável, disse Peter Krull, CEO da consultoria especializada Earth Equity Advisors, em entrevista ao site Market Watch.
Os consultores que usam métricas ESG fornecidas por fornecedores terceirizados como um complemento, após sua análise financeira tradicional, provavelmente não oferecem um portfólio de investimento sustentável, alertou Krull.
3. "Como você escolhe os fundos?"
Pergunte como seu consultor cria a alocação. É importante buscar o mandato de sustentabilidade do fundo - o que significa que a sustentabilidade é uma característica central da estratégia. Krull alertou que é preciso estar atento para que os fundos não sejam escolhidos apenas "pelo nome".
O consultor é particularmente crítico em relação aos populares ETFs de índice neutro para o setor. Os ETFs de índice neutro procuram imitar a exposição de mercado mais ampla, mas têm poucas telas para excluir empresas. Esses fundos escolhem empresas de todos os setores do mercado, incluindo energia tradicional. "Menos ruim ainda é ruim", alertou Krull.
O maior ETF ESG americano é um fundo setorial neutro. Ele possui os produtores de combustíveis fósseis Exxon Mobil e Chevron. Isso pode surpreender os investidores que buscam opções sustentáveis, mas não olham para todas as participações.
"Com a proliferação de novos fundos ESG, um consultor financeiro com foco em ESG deve considerar custos e participações, não apenas como um fundo é chamado", alertou Andrew Poreda, analista de ESG da Sage Advisory, na mesma reportagem.
Krull lembrou que ESG e investimento sustentável têm a ver com valores pessoais: "Não tenha medo de perguntar ao consultor sobre seus valores. Se você vai trabalhar com alguém que está lhe ajudando com investimentos baseados em valores, é importante que os dele estejam alinhados com os seus", encerrou.
E você, já investe em produtos ESG?
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