Por Redação com Estadão Conteúdo em Terça, 08 Agosto 2023
Categoria: Mercados

Ata do Copom: confira para que lado devem ir os juros!

Comitê do Banco Central decide a taxa de juros do Brasil. Entenda os motivos da última decisão. 

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira, 8, indicou que a projeção para o IPCA de 2024, horizonte prioritário do BC para o cumprimento da meta de inflação, está em 3,4% no cenário de referência. A estimativa, que já havia sido informada no comunicado da semana passada, é a mesma do Copom anterior, em junho, e está acima do centro da meta de 3,0%

Para 2025, que tem peso minoritário nas decisões de política monetária, a projeção é de 3,0% - o que coincide com o alvo central para o ano -, contra 3,1% em junho. Já para 2023, a expectativa do BC no cenário de referência é de 4,9%, ligeiramente mais baixa do que a projeção do Copom anterior (5,0%), mas ainda acima do teto da meta de 4,75%, indicando o terceiro ano consecutivo de rompimento do objetivo principal do BC.

Todas as projeções já constavam no comunicado da semana passada, quando o Copom iniciou o ciclo de corte da Selic (a taxa básica de juros) com queda de 0,50 ponto porcentual, de 13,75% para 13,25% ao ano, após um ano de estabilidade.

No comunicado e na ata, o Copom indicou que deve manter o mesmo ritmo de corte de juros nas próximas reuniões. "Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário."

O colegiado ainda destacou que o orçamento total de queda da Selic vai depender da "evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos".

Próximas decisões de juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central afirmou, na ata da reunião da semana passada, que julga como "pouco provável" uma intensificação adicional no ritmo de cortes da taxa Selic, que o colegiado já indicou que deve se manter em 0,50 ponto porcentual nas próximas reuniões. Na semana passada, o Copom iniciou o ciclo de afrouxamento da Selic com uma queda de 0,50pp, de 13,75% para 13,25% ao ano, após um ano de estabilidade.

"O Comitê julga como pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas substanciais que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária prospectiva", disse o BC na ata.

Segundo o Copom, essa confiança viria apenas com uma alteração significativa dos fundamentos da dinâmica da inflação, como uma ancoragem bem mais sólida das expectativas, uma abertura contundente do hiato do produto ou um comportamento substancialmente mais benigno do que o esperado da inflação de serviços.

No documento, o colegiado voltou a dizer que houve unanimidade sobre a expectativa de cortes de 0,50 ponto porcentual nas próximas reuniões do Copom e que os membros "avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário".

O BC indicou que o ritmo de 0,50pp é equilibrado, pois conjuga o firme compromisso com a reancoragem de expectativas e a dinâmica desinflacionária, assim como o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência.

"Avaliou-se ainda que não há evidência de que esteja em curso um aperto além do que seria necessário para a convergência da inflação para a meta e que o cenário ainda inspira cautela, reforçando a visão de serenidade e moderação que o Comitê tem expressado", disse.​

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