O rublo, moeda russa, perdeu mais de 30% de seu valor em relação ao dólar dos Estados Unidos nesta segunda-feira (28). O resultado vem após as sanções impostas pelos países ocidentais em resposta à invasão da Ucrânia.

Agravando a dificuldade econômica russa, se soma à perda cambial a exclusão de alguns bancos do país do Swift, o serviço global de mensagens financeiras, e o fato de que, em contrapartida às sanções, a Rússia subiu a taxa de juros do país de 9,5% para 20%.

O rublo, no fechamento desta reportagem, era negociado a 109 por dólar. A cotação vem após uma queda anterior de cerca de 40%. A bolsa de Moscou foi fechada e os corretores da Rússia estão proibidos de executar ordens de vendas para estrangeiros.

Sanções ocidentais

As últimas sanções foram impostas no sábado (26) por Estados Unidos, União Europeia, Reino Unido e Canadá. Além de alguns bancos russos expulsos do Swift, os ativos do banco central da Rússia foram "paralisados".

Porém, o governo do presidente Vladimir Putin se preparou para enfrentar sanções duras: o país tem um cofre de guerra de US$ 630 bilhões de dólares em reservas de moeda estrangeira - mas parte desse estoque agora está congelado.

"As condições externas para a economia russa mudaram drasticamente", disse o banco central russo em comunicado, ao aumentar a taxa de juros. "Isso é necessário para apoiar a estabilidade financeira e de preços e proteger as economias dos cidadãos da depreciação", afirmou a entidade.

Impacto das restrições à Rússia

A Rússia é um dos principais exportadores de petróleo e gás do mundo, mas depende de outros países em diversos setores da sua economia. Com o rublo em baixa, todos esses produtos custarão mais ao país, elevando a inflação. A saída dos bancos do Swift também dificulta a venda de exportações.

Analistas acreditam que os russos podem tentar sacar seus recursos em massa, o que pode ser um problema ainda maior para o sistema financeiro do país. Segundo a agência de notícias estatal russa TASS, vários bancos registraram aumento de saques, principalmente em moeda estrangeira, após a invasão da Ucrânia.

Especialistas acreditam que outras medidas, como o estabelecimento de limites para saques, podem ser estabelecidas em breve.

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