Meta para a inflação não será cumprida em 2022, admite BC
Em junho, a probabilidade da inflação superar o teto da meta chegou a 100%.
Foi divulgado, na quinta-feira (30), o relatório de inflação do segundo trimestre de 2022. Nele, o Banco Central (BC) admite que a meta determinada para esse ano será ultrapassada.
Em março, a probabilidade da inflação superar o teto da meta era de 88%, mas em junho, chegou a 100%, de acordo com a entidade monetária.
Metas para a inflação
Por definição, a meta para a inflação pode oscilar 1,5% para cima ou para baixo do valor central.
2022 - A meta central de inflação definida para 2022 era de 3,50% e ela só seria cumprida se o índice oscilasse entre 2% e 5%.
2023 - Para 2023, a meta foi fixada em 3,25% e será cumprida somente se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o responsável por determinar essas metas. Para alcançá-las o BC deve elevar ou reduzir a taxa básica de juros (Selic).
A previsão do BC, segundo o relatório de inflação divulgado, é uma alta de preços de 8,8% para esse ano, de 4% para 2023 e de 2,7% para 2024.
Tendo em vista que as decisões relacionadas à Selic demoram de seis a 18 meses para apresentarem seu efeito completo na economia, o Comitê de Política Monetária (Copom) já está trabalhando na meta de 2023.
Em junho, o BC elevou a Selic para 13,25% ao ano, o maior patamar desde o ano de 2016, já pensando em cumprir a meta do ano que vem. A entidade monetária ainda informou que a taxa básica de juros ficará alta por um período de tempo maior do que o planejado inicialmente.
Meta de 2021
No ano passado, a meta estipulada para a inflação também foi superada. O IPCA no período somou 10,06%, o maior desde 2015, sendo que o teto da meta definido era de 5,25%.
Após o teto da meta ser ultrapassado, o BC é obrigado a escrever uma carta pública explicando os motivos para esse descumprimento. Em 2021, a justificativa da entidade foi o aumento dos preços das commodities, da energia e da falta de insumos.
Inflação elevada
De acordo com o relatório, a inflação ao consumidor segue elevada e está se mostrando mais persistente do que o esperado. O IPCA 1,08 ponto percentual acima das expectativas em maio, devido ao comportamento dos preços livres, foi uma "surpresa inflacionária" para o BC.
"A inflação de serviços e de bens industriais se mantém alta, e os recentes choques continuam levando a um forte aumento nos componentes ligados a alimentos e combustíveis", informou o relatório.
E você, esperava esse resultado? Acredita que ano que vem o Brasil conseguirá ficar dentro da meta? Conte para a gente!
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