O retorno dos mercados após o feriado do Dia do Trabalho nos EUA trouxe uma onda de volatilidade global nesta terça-feira (02). Dólar, ouro e rendimentos de títulos de longo prazo subiram com força, enquanto bolsas ao redor do mundo recuaram.

Sem um gatilho claro para os movimentos, investidores citam preocupações com dívida pública, tarifas e questionamentos sobre a independência do Federal Reserve. No Reino Unido, França e EUA, os juros dos títulos de 30 anos dispararam, refletindo temores fiscais e pressionados também pela alta do petróleo.

A Europa concentrou a maior pressão: os rendimentos franceses atingiram o maior nível em 16 anos, em meio às tentativas do premiê François Bayrou de evitar um colapso político por causa do orçamento. No Reino Unido, os custos de financiamento de longo prazo chegaram ao maior patamar desde 1998, enquanto a libra recuou mais de 1% após mudanças na equipe econômica do governo Keir Starmer. Nos EUA, os juros de 30 anos avançaram 5%, levando a curva de 2 a 30 anos ao ponto mais alto em quase quatro anos.

O ouro rompeu recordes históricos, negociado a US$3.500 a onça, acumulando valorização de 33% no ano, impulsionado por receios de inflação persistente e endividamento elevado. O dólar também ganhou força frente ao euro, libra, iene e yuan, com foco nos próximos dados de emprego e crescimento dos EUA.

Os mercados acionários sentiram o impacto: futuros de Wall Street caíram 0,5%, após forte baixa do setor de tecnologia na semana passada. Na Ásia, Japão e Coreia do Sul também foram afetados, mas registraram recuperação parcial. Na Europa, além do estresse nos títulos, ações da Nestlé recuaram 1% após a saída do CEO Laurent Freixe, apenas um ano após assumir o cargo.

Com informações de Reuters