Inflação dos EUA segue em alta, segundo dados do Fed desta sexta

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Inflação dos EUA segue em alta, segundo dados do Fed desta sexta

 A renda pessoal dos norte-americanos subiu e os gastos do consumidor diminuíram.

Foto: Yury Kim/Pexels.

O indicador de inflação do Fed divulgado nesta sexta-feira (28) subiu 4,9% em relação ao ano passado, no ganho mais rápido desde 1983. No ano, a inflação medida pelo Departamento de Comércio americano acumula alta dentro do esperado, de 5,80%. O núcleo do índice, que não leva em conta alimentos e energia, avançou 0,50%, com alta de 4,90% no ano.

A renda pessoal dos norte-americanos também subiu: 0,3% no mês, ficando levemente abaixo da estimativa do mercado, que era de 0,4%. Já os gastos do consumidor caíram 0,6%, menos do que a estimativa, que era de 0,7%, segundo especialistas consultados pelo site CNBC. A queda nos gastos ocorreu mesmo com um aumento de 6,9% no Produto Interno Bruto no quarto trimestre.

Outro dado do Departamento do Trabalho mostrou que os custos totais de compensação para trabalhadores civis aumentaram 4% nos últimos 12 meses. É o ritmo mais rápido da história para o índice de custo do emprego - um conjunto de dados que é medido desde o início de 2002. Já o aumento trimestral foi inferior à previsão de 1,2%, ficando em 1% e aliviando os temores de uma espiral inflacionária dos preços dos salários.

O aumento anual de 4% no índice de custo do emprego representou um ganho acentuado em relação ao aumento de 2,5% em relação ao ano anterior. E a remuneração dos trabalhadores da indústria privada aumentou 4,4%, o que inclui um aumento de 5% nos salários e vencimentos. Os custos com benefícios aumentaram 2,9%.

Possíveis respostas do Fed

Os números aparecem em um momento em que a inflação alta está empurrando o Fed para a opção de aperto mais agressivo nas suas políticas. No início da semana, autoridades do Fed indicaram que devem começar a aumentar as taxas de juros dos EUA em março.

O mercado aponta para aumentos nas taxas de empréstimo de curto prazo de referência de 5%, neste ano. Essas taxas estão perto de zero desde o início da pandemia de covid-19, no início de 2020.

Mas os mercados consideraram os lançamentos de dados positivos, já que, embora altos, ficaram dentro das previsões.

Uma área de preocupação específica do Fed são os salários e a possibilidade de uma espiral na qual os aumentos salariais elevam os preços e, por sua vez, aumentam as expectativas de inflação.

Segundo Ian Shepherdson, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, os dados de um trimestre "não provam nada". Mas, para ele, é razoável pensar que o crescimento dos salários provavelmente não voltará a acelerar drasticamente. Para o especialista, no entanto, o relatório "alivia a pressão imediata sobre o Comitê de Mercado Aberto do Fed para agir agressivamente". 

 

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Segunda, 16 Setembro 2024

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