Fed aponta para aumento da taxa de juros nos EUA em março
Fed planeja que aumento seja remédio para inflação do país, que chegou a 7% no início de 2022.
O Federal Reserve (Fed) indicou, nesta quarta-feira (26), que em breve poderá aumentar as taxas de juros pela primeira vez em mais de três anos. O movimento não surpreendeu o mercado, que já esperava quatro altas no ano, já que o grupo de formulação de políticas do Fed disse que provavelmente fará um aumento de 0,25% em sua taxa básica de juros de curto prazo. Esse seria o primeiro aumento desde dezembro de 2018.
A declaração vem após a inflação americana alcançar seu nível mais alto em quase 40 anos: 7%. Com a expectativa pelo anúncio de corte de incentivos e aumento na taxa de juros, os mercados nos últimos dias ficaram agitados - com o temor de que o Fed pudesse apertar a política ainda mais do que o esperado.
A declaração, que ocorreu após a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), não forneceu data para o aumento de juros, mas as indicações são de que isso possa acontecer mesmo em março, já que o comunicado do Fed afirmou que com a inflação bem acima de 2% e um mercado de trabalho forte, o Comitê espera que, em breve, seja "apropriado aumentar a faixa da meta para a taxa de fundos federais". Como o Fed não se reúne em fevereiro, a expectativa de alta ficou para o mês seguinte.
O comitê observou ainda que a compra mensal de títulos do Fed prosseguirá em apenas US$ 30 bilhões de dólares em fevereiro, indicando que o programa também pode terminar em março - ao mesmo tempo em que as taxas aumentam.
Não houve indicações específicas sobre quando o Fed pode começar a reduzir as participações em títulos - que incharam seu balanço para quase US$ 9 trilhões de dólares. Mas o comitê divulgou uma declaração que descreve os "princípios para reduzir o tamanho do balanço".
Analistas observam que a taxa de fundos de referência é "o principal meio de ajustar a postura da política monetária". O comitê observou ainda que a redução do balanço patrimonial aconteceria após o início dos aumentos das taxas de juros e seria de maneira "previsível". A ideia é ajustar quanto dos recursos do banco de seus títulos seriam reinvestidos e quanto seria permitido abandonar.
"O Comitê está preparado para ajustar qualquer um dos detalhes de sua abordagem para reduzir o tamanho do balanço patrimonial à luz dos desenvolvimentos econômicos e financeiros", afirmou o documento.
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