Barômetros Globais sobem no início 2022
Desenvolvimento econômico global apresenta melhora no primeiro mês do ano.
Foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta semana, que os Barômetros Econômicos Globais, indicadores responsáveis por analisar o desenvolvimento econômico mundial, subiram pelo segundo mês seguido, indicando uma melhora comparada às quedas que ocorreram na maior parte do segundo semestre de 2021.
O Barômetro Econômico Coincidente subiu 0,4 ponto no mês de janeiro, para 108,7 pontos. Já o Barômetro Econômico Global Antecedente cresceu 3,6 pontos, para 100,9. Esse foi o maior nível desde setembro de 2021. O resultado ocorreu, de acordo com o Ibre e a FGV, devido a uma melhora econômica nas regiões do Pacífico, Ásia e África.
O Barômetro Econômico Coincidente indica o atual estado da atividade econômica, enquanto o Barômetro Econômico Antecedente mostra um sinal cíclico dos próximos seis meses. Ambos indicadores levam em conta os resultados de pesquisas relacionadas à economia de mais de 50 países e tentam ser o mais abrangente possível.
Segundo Paulo Picchetti, pesquisador do Ibre, já é possível sentir os impactos da nova onda de covid-19 sobre as expectativas que envolvem as atividades econômicas.
"No início de 2022, os barômetros globais sinalizam uma trajetória de adaptação a esse novo cenário, revertendo a tendência de queda observada nos últimos meses do ano anterior" Picchetti afirmou em nota.
Barômetro Coincidente
As regiões do Pacífico, África e Ásia agregaram 1,3 ponto para a alta do Barômetro Coincidente Global. Quem contribuiu negativamente nesse indicador foi a Europa, com um ponto para baixo.
Mesmo com o recuo, o indicador europeu ainda possui o maior nível entre as três regiões, que corresponde a 112 pontos.
O setor industrial foi o único que subiu no primeiro mês deste ano, ficando como o segmento mais alto dentre todos, algo inédito desde outubro de 2021. O restante dos setores demonstra sinais de desaceleração em suas atividades. De maneira geral, todos os setores se encontram em uma zona favorável.
Barômetro Antecedente
Da mesma forma que o Barômetro Coincidente, as regiões da África, Pacífico e Ásia tiveram a maior contribuição para o crescimento do Barômetro Antecedente em janeiro deste ano, com 3,2 pontos. Neste Barômetro, a Europa agregou positivamente ao indicador com 0,7 ponto.
O indicador do Hemisfério Ocidental apresentou um resultado negativo, com 0,3 ponto. O fechamento do mês ficou 10 pontos abaixo do nível de neutralidade. De acordo com a FGV, esse resultado ocorreu devido ao avanço da nova variante, Ômicron.
Houve uma alta em dois setores, no Indústrial e no de Serviços. O restante sofreu um recuo neste primeiro mês. O indicador da Economia Geral, que consiste nas avaliações dos consumidores e das agregadas empresariais, fechou o mês com menos de 90 pontos e 20 pontos abaixo do indicador do segmento de serviços.
De acordo com o Ibre, o resultado sinaliza, por um lado, o descolamento entre percepções de empresas e de consumidores e, do outro, "a evolução ainda favorável dos segmentos de serviços presenciais, os que mais sofreram nos momentos de maiores restrições à mobilidade durante a pandemia de covid-19".
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