Acordo assinado por mediadores e apoiado por Trump simboliza avanço político, embora sem garantias de adesão plena de Israel e Hamas
O documento, resultado de meses de negociações discretas entre mediadores regionais e Washington, estabelece uma trégua imediata nas hostilidades, a troca de prisioneiros e reféns e o início de um processo gradual de reconstrução em Gaza, devastada por dois anos de conflito intenso. Segundo diplomatas, o acordo representa "um passo inicial e ainda frágil" rumo a um cessar-fogo duradouro.
Entre os compromissos firmados, estão a retirada parcial de tropas israelenses de zonas urbanas, a entrada controlada de ajuda humanitária e a criação de um comitê internacional para supervisionar o cumprimento dos termos. Fontes envolvidas nas negociações indicam que o Hamas deu sinal verde informal ao pacto por meio do Catar, enquanto Israel se mantém oficialmente em silêncio.
Em discurso transmitido após o anúncio, Trump celebrou o acordo como "o fim da era do terror e da destruição no Oriente Médio". O presidente americano afirmou que "o mundo está testemunhando o renascimento de uma região cansada da guerra" e defendeu que "a paz deve prevalecer sobre a vingança".
Ainda assim, a ausência de Israel e do Hamas na assinatura levanta dúvidas sobre a implementação prática do acordo. De acordo com correspondentes da Reuters, combatentes do Hamas começaram a retomar posições em Gaza, enquanto forças israelenses permanecem em alerta ao longo da fronteira.
O presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, anfitrião da cúpula, afirmou que o pacto "abre uma janela real para a estabilidade", mas alertou que "qualquer violação poderá levar à retomada das hostilidades". Já o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, destacou que "a reconstrução de Gaza será o verdadeiro teste da sinceridade internacional".
A comunidade internacional reagiu com cautela. A União Europeia e a ONU elogiaram o esforço diplomático, mas ressaltaram que a paz "ainda depende da adesão efetiva das partes em conflito".
Para muitos analistas, o cessar-fogo mediado simboliza tanto um avanço político quanto uma aposta arriscada: uma tentativa de encerrar um ciclo de violência sem que seus protagonistas estejam à mesa.