A montadora teve seu pior ano em 2022, com uma queda de 65% em seus papéis. 

Depois de muitas críticas, Elon Musk, empreendedor e empresário, decidiu se retirar da presidência do Twitter. O afastamento do bilionário da rede social deve beneficiar a Tesla, companhia na qual ocupa o cargo de CEO, afetada negativamente desde o início do envolvimento de Musk com a plataforma.

As ações da empresa de veículos elétricos mais valiosa do mundo tiveram o seu pior ano em 2022. Os papéis apresentaram uma queda de 65% desde a compra da rede social, em outubro do ano passado.

A Tesla vem enfrentando uma guerra de preços com outras montadoras e a redução do envolvimento de Musk na companhia gerou insatisfação por parte dos investidores.

No balanço do primeiro trimestre deste ano, o lucro líquido da montadora, de US$ 2,513 bilhões de dólares, ficou abaixo do esperado pelos analistas, que estimavam um ganho de US$ 3,318 bilhões de dólares. Isso fez com que os acionistas da Tesla pressionassem ainda mais Musk.

Diante disso, o bilionário anunciou a sua saída como CEO do Twitter na sexta-feira (12), mesmo dia em que os papéis da Tesla subiram 2% nas negociações de pré-mercado.

Expectativas

Segundo Gene Munster, sócio-gerente da Deepwater Asset Management, entrevistado pela Folha de S.Paulo, essa decisão "é uma fração positiva para os acionistas, porque ele provavelmente gastará um pouco mais de tempo com a Tesla". "No entanto, há outras coisas que estão competindo por seu tempo", acrescentou.

"É provável que os investidores da Tesla também celebrem essa mudança, com a abordagem prática de Musk no Twitter levando a preocupações de que ele tenha desviado os olhos da gigante de veículos elétricos", disse Sophie Lund-Yates, analista da Hargreaves Lansdown, também à Folha.

Além do envolvimento na Tesla, o bilionário gerencia ativamente outros grandes negócios, como a SpaceX (fabricante de sistemas aeroespaciais) e a Starlink (empresa focada no desenvolvimento de constelações de satélites). Além disso, lançou recentemente uma empresa de inteligência artificial chamada TruthGPT, com o objetivo de competir com o ChatGPT, da OpenIA e com o Bard, do Google.

Aquisição turbulenta

A compra do Twitter por Musk foi marcada por uma onda de demissões na empresa, que incluiu a principal equipe executiva e seu presidente-executivo. Além disso, mudanças polêmicas na política da companhia também contribuíram para que o bilionário se tornasse alvo de críticas pelos usuários da rede social.

A executiva Linda Yaccarino foi anunciada por Elon Musk como a nova CEO do Twitter, saiba mais sobre ela aqui!