Qual o futuro do streaming? Netflix está perdendo investidores
Netflix prevê apenas 2,5 milhões de novos assinantes no primeiro trimestre de 2022.
A previsão abaixo das expectativas para novos assinantes da Netflix no primeiro trimestre deste ano fez com que ações do streaming caíssem, preocupando empresas que investiram fortemente no modelo de negócio.
O objetivo inicial das plataformas de streaming era de receber mais dinheiro diretamente do consumidor, ao invés de cobrar taxas negociadas, como a TV paga. O plano deu certo por um tempo, e os serviços de streaming foram impulsionados pela pandemia: devido às restrições sociais, as pessoas sentiram a necessidade de ter mais entretenimento em casa.
Em 2020 e em 2021, Netflix, Disney+, WarnerMedia, Paramount+ e outros serviços de streaming mostraram um crescimento consistente. Segundo a CNBC, a Disney quase dobrou seus papéis, de uma baixa, durante a pandemia, de aproximadamente US$ 79 dólares por ação, para US$ 155 dólares no início deste ano. Já a Netflix continuou em seu ritmo, ganhando 71% desde a baixa de março até o começo de 2022.
Para este ano, a Netflix divulgou um relatório no qual previu um número abaixo das expectativas de analistas em adição de assinantes no primeiro trimestre e, ao que parece, após a previsão, os investidores perderam o entusiasmo com o streaming.
Ações de streaming caem na bolsa americana
Com um total de 222 milhões de assinantes globais, a Netflix está prevendo apenas 2,5 milhões de novas adições líquidas no primeiro trimestre. No quarto trimestre de 2021 foram 8,3 milhões. Com isso, as ações do serviço de streaming caíram 37% apenas em janeiro.
A Disney também sofreu uma queda em seus papéis de 11% em janeiro de 2022 e deve divulgar seus ganhos no dia 9 de fevereiro.
A baixa previsão semestral da Netflix assustou os investidores por ser interpretada como uma desaceleração no crescimento da empresa. O temor é que a desaceleração possa indicar que o mercado global de streaming é muito menor do que os investidores acreditavam.
Netflix em um beco sem saída?
Para Rich Greenfield, analista do fundo de Venture Capital LightShed, em entrevista ao site CNBC, o número possível de assinantes da Netflix deve estar entre 600 e 800 milhões, mas o temor do mercado é de que esse número seja bem menor.
E se isso for verdade, o valor em torno da indústria de streaming muda muito, pontuou a reportagem. Por seus investidores a tratarem mais como uma ação de valor, a Netflix poderia, nesse caso, focar em aumentar os preços e reduzir os gastos com conteúdo para aumentar a lucratividade - desvencilhando seu valor da quantidade de assinantes.
Mas, como pontuou a CNBC, cortar os gastos diminuiria ainda mais o crescimento de usuários da plataforma, porque os concorrentes mais novos da gigante do streaming estão aumentando os gastos com conteúdo e focando na busca por alcance global.
A WarnerMedia, por exemplo, já planeja expandir o HBO Max para outros países em 2022, segundo Jason Kilar, diretor executivo da companhia. A HBO Max está presente atualmente em 46 países, enquanto a Netflix está em mais de 190.
No final de 2020, a Disney teve um grande aumento em sua estimativa global de assinantes do Disney+ até o final de 2024. Agora, a previsão fica entre 230 milhões e 260 milhões. A baixa previsão de assinantes da Netflix, no entanto, traz uma preocupação em torno da meta que, caso não seja alcançada, deve desanimar ainda mais os investidores.
E você? Aposta nas ações de serviços de streaming ou prefere só assistir aos filmes e comer pipoca? Conte para a gente nos comentários!
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