Em meio à crise das varejistas, que foram duramente afetadas pelos anos de pandemia de covid-19 e com golpes na credibilidade após os pedidos de recuperação judicial de Lojas Americanas e Amaro, a Marisa (ticker AMAR3) é a bola da vez.

Após um balanço decepcionante no 4º trimestre de 2022 (4T22), no qual a companhia apresentou um prejuízo mais de quatro vezes maior em apenas um ano, a rede agora precisa se explicar à Bolsa de Valores (B3) por estar permanecendo com as ações abaixo de R$ 1 real (um patamar conhecido pelo jargão penny stocks, que significa, literalmente, "ação de centavos").

No fechamento desta reportagem, as ações da Marisa eram listadas a R$ 0,66 centavos. Desde 9 de fevereiro de 2023 a companhia está com as ações abaixo de R$ 1 real, o que é proibido pelo regulamento para listagem de emissores. Caso a situação persista, a companhia pode ser obrigada a realizar grupamento de ações para continuar listada.

Balanço da Marisa

A Lojas Marisa (AMAR3) registrou, no 4T22, um prejuízo líquido de R$ 188,6 milhões de reais. No mesmo período de 2021 (4T21), a perda líquida havia sido de R$ 24,5 milhões de reais.

No ano, o prejuízo da Marisa passou de R$ 93 milhões de reais, em 2021, para R$ 391 milhões em 2022 - um aumento de mais de quatro vezes.

O que a Marisa diz?

Quanto ao preço dos ativos, a varejista afirma que seguirá monitorando diariamente a cotação das suas ações e avaliará, até a data limite estipulada pela B3, que é 27 de setembro, as alternativas indicadas para o enquadramento das cotações das ações, inclusive o procedimento de grupamento de ações.

Em comunicado, a companhia afirmou ainda que os acionistas estão cientes dos resultados do novo plano de reestruturação já em curso, e que acredita que ele deverá ser o suficiente para que os investidores no mercado acionário reconheçam o valor implícito e elevem a cotação das ações acima de R$ 1 real.

E você, tem ações da Marisa em sua carteira? Compraria ativos de uma empresa nessa situação ou acha melhor esperar? Comente com a gente!