Os portos brasileiros já estão sofrendo com os impactos ambientais causados pelas mudanças climáticas e a perspectiva não é de melhora, mas sim de agravamento da situação nos próximos anos. Uma das consequências dessas mudanças climáticas pode estar atrelada à economia brasileira.

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em parceria com a cooperação internacional de sustentabilidade (GIZ), fez um estudo que indicou que atualmente as principais ameaças climáticas são os vendavais, que estão prejudicando sete portos no país.

Segundo texto divulgado pela Antaq, "Os impactos nas operações portuárias em função da mudança de clima já são uma realidade no Brasil, e, mantidas as condições atuais há uma tendência de piora neste cenário".

Sete portos também sofrem com tempestades e não há alternativas que possam mudar esse cenário, mesmo a longo prazo. De acordo com a pesquisa, pelo menos oito dos 21 portos que participaram do estudo têm uma previsão de aumento do nível do mar. Os especialistas alertam que essa elevação poderá causar riscos de 2030 em diante.

"A partir desse relevante diagnóstico faz-se necessária uma concertação de ações entre governos, autoridades portuárias e agência reguladora para mitigar os impactos da mudança do clima nos portos brasileiros", afirmou a Antaq.

Riscos das mudanças climáticas

De acordo com o estudo realizado, os vendavais, ressacas e tempestades podem acabar encerrando a navegação em algumas regiões, além de levar a inundações de áreas próximas dos portos.

Os terminais que correm maior risco de vendavais são: Santos, Itaguaí, Rio Grande, Imbituba, Recife, Paranaguá e Salvador. Porém, a previsão é de que 16 portos no Brasil estejam nessa situação em 2050.

A Antaq afirmou que a atividade dos portos corresponde a 95% do comércio exterior do Brasil, além de movimentar cerca de R$ 293 bilhões de reais ao ano, 14,2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

As expectativas para 2050, de acordo com a pesquisa, são de que cinco portos brasileiros estejam com um risco muito alto de vendavais. Hoje, os que apresentam maior risco são: Salvador, Natal e Suape.

Quando se fala em tempestades, os portos que correm mais risco são: Aratu-Candeias, Cabedelo e Rio Grande.

O estudo ainda revela o pouco interesse em implementar iniciativas facilitadoras que possam mudar a estrutura e ajudar a controlar os problemas climáticos dos portos. A pesquisa ainda sinalizou que apenas três medidas relacionadas à gestão de mudanças climáticas eram utilizadas por mais de 20% dos portos. 

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