Fim do Uber Eats: veja o que a concorrência diz
Política de negócios do Ifood pode ter sido decisiva na saída da Uber do mercado de delivery.
Recentemente o Uber Eats divulgou que irá encerrar suas atividades no Brasil após cinco anos. O serviço não estará mais disponível a partir do dia 7 de março. Além do Uber Eats, outros dois aplicativos de entrega de refeições dominam o Brasil: Rappi e Ifood.
O Ifood é líder de mercado, com 80% dos restaurantes vinculados a ele, enquanto o Uber Eats detém 24% e o Rappi 18%, segundo ranking divulgado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Segundo reportagem do Valor Econômico, um dos grandes motivos que dificultaram o funcionamento do Uber Eats foram os contratos de exclusividade que o Ifood pedia para os restaurantes vinculados assinarem. Assim, restavam poucos restaurantes disponíveis para realizar parceria com os demais aplicativos, já que o Ifood está atrelado a 80% dos restaurantes.
Por esse motivo o app colombiano Rappi, outro prejudicado pela ação do Ifood, foi até a justiça e entrou com um pedido de investigação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), em setembro de 2020.
A Superintendência Geral determinou, após esse pedido, a proibição do Ifood de realizar novos contratos de exclusividade com restaurantes até o final da investigação. Mas os antigos continuam valendo.
A Abrasel pediu para que nenhuma plataforma firme esse tipo de contrato, com o argumento de que a atitude lança uma barreira na concorrência.
Repercussão da saída
O Ifood não quis comentar a decisão do Uber Eats, mas afirmou em nota que "o setor de delivery online segue em constante evolução com a entrada frequente de novos competidores e o surgimento de novos modelos de negócios". À reportagem do Valor Econômico, disse que as suas políticas comerciais estão em conformidade com a legislação concorrencial.
Já o Rappi afirmou, em nota, que "lamenta a saída do Uber Eats do setor de entrega de restaurantes do país".
A Uber agora pretende focar em entregas de supermercado com a Cornershop, uma startup chilena. O pedido da entrega poderá ser feito pelo próprio aplicativo do Uber Eats, que será mantido pela empresa.
Além da Cornershop, o Uber também conta com serviços de delivery como o Uber Flash, focado em entregas rápidas e o Uber Direct, focado no varejo.
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