As ações do banco subiram 24% após uma série de quedas nas últimas semanas.
O banco Credit Suisse revelou que receberá um empréstimo de aproximadamente US$ 54 bilhões de dólares do Swiss National Bank (SNB, o banco central da Suíça) para fortalecer a sua liquidez e retomar a confiança dos investidores. Após uma série de quedas em suas ações nos últimos dias, os papéis do banco subiram em 24% após o anúncio.
Essa é primeira vez que um banco de alcance mundial pede auxílio financeiro emergencial desde a crise econômica de 2008. Isso gerou questões no mercado como um todo sobre a resiliência dessas instituições diante do aumento da inflação e da alta nos juros.
Segundo o SNB, o Credit Suisse atendeu "aos requisitos de capital e liquidez impostos a bancos sistemicamente importantes".
Os analistas do JP Morgan - focado em serviços financeiros - acreditam que essas medidas darão tempo ao credor suiço para realizar a sua reestruturação. "A combinação de medidas deve ser suficiente para conter os movimentos negativos na estrutura de capital, já que o mercado precificou o impacto potencial das pressões de liquidez", afirmaram em um comunicado.
Anteriormente, o diretor do Credit Suisse, Axel Lehmann, disse que uma ajuda governamental não era um tema a ser discutido, durante uma conferência do setor bancário na Arábia Saudita, e ainda afirmou: "temos índices financeiros sólidos, um balanço sólido".
Na quarta, um acionista saudita - o maior investidor da instituição - disse que não seria possível fornecer ajuda financeira, devido a restrições regulatórias de limite de participação.
Empréstimo
De acordo com o Credit Suisse, a ajuda será realizada sob uma linha de crédito coberta em uma linha de liquidez de curto prazo.
"Essa liquidez adicional apoiaria os principais negócios e clientes do Credit Suisse, à medida que (a instituição) toma as medidas necessárias para criar um banco mais simples e focado nas necessidades do cliente", esclareceu no informativo.
Os receios acerca do Credit Suisse foram impulsionados após o colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, ambas instituições de médio porte dos Estados Unidos. A situação chegou a um grau de preocupação em que o governo americano decidiu intervir através de um plano de ações para evitar que o sistema financeiro como um todo seja prejudicado.