Com a aquisição da gigante de games, a Microsoft poderia tornar os jogos da Activision exclusivos para sua plataforma de jogos em nuvem - a Xbox Game Pass. Isso interromperia a distribuição dos títulos para outros players importantes do setor, segundo consta na decisão da CMA.

A tecnologia de jogos em nuvem permite acessar os títulos por meio dos servidores remotos das empresas - transmitindo efetivamente um jogo como se fosse um filme em streaming. Esse mercado está apenas começando, mas a Microsoft aposta muito no formato.

"Permitir que a Microsoft assuma uma posição tão forte no mercado de jogos em nuvem no momento em que começa a crescer rapidamente arriscaria minar a inovação que é crucial para o desenvolvimento dessas oportunidades", afirmou a CMA em um comunicado à imprensa.

A Microsoft ofereceu soluções à CMA, incluindo "requisitos que regem quais jogos devem ser oferecidos pela Microsoft para quais plataformas e em quais condições ao longo de um período de dez anos". A entidade rejeitou as propostas.

"Dado que o remédio se aplica apenas a um conjunto definido de jogos da Activision, que podem ser transmitidos apenas em um conjunto definido de serviços de jogos em nuvem, desde que sejam adquiridos em um conjunto definido de lojas online, há riscos significativos de desacordo e conflito entre a Microsoft e provedores de serviços de jogos em nuvem, particularmente ao longo de um período de dez anos em um mercado em rápida mudança", disse a CMA.

O vice-presidente e presidente da Microsoft, Brad Smith, afirmou em comunicado que a empresa continua "totalmente comprometida com esta aquisição e apelará". Segundo Smith, contratos para disponibilizar os jogos populares da Activision Blizzard em mais 150 milhões de dispositivos já foram assinados.

Para Bobby Kotick, CEO da Activision Blizzard, se a decisão da CMA for mantida, ela "sufocaria o investimento, a concorrência e a criação de empregos em toda a indústria de jogos do Reino Unido". A afirmação foi feita em uma carta aos funcionários da empresa divulgada nesta quarta-feira (26).

A Microsoft havia anunciado sua intenção de adquirir a Activision Blizzard, responsável por franquias lucrativas como Call of Duty e Candy Crush Saga, em janeiro de 2022 em um dos maiores negócios da história da indústria de videogames.

Sony, Nintendo e Nvidia são algumas das empresas que já demostraram preocupação a respeito da aquisição. 

Além da CMA, a Microsoft ainda precisa convencer outros reguladores para manter o contrato, como da União Europeia, que ainda está avaliando a fusão. Já a Comissão Federal de Comércio dos EUA entrou com uma ação para bloquear o acordo por motivos antitruste.

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