Ainda sob reflexo da decisão sobre os juros no Brasil e nos Estados Unidos, o mercado financeiro teve uma quinta-feira (2) com desempenho misto. O dólar fechou com pequena queda, após operar abaixo de R$ 5 reais durante o dia. A bolsa de valores recuou para os 110 mil pontos, pressionada pelos juros altos no Brasil.

O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 5,045 reais, com queda de apenas 0,3%. A cotação chegou a cair para R$ 4,94 reais, na mínima do dia, por volta das 10h30. No entanto, o avanço da moeda no exterior e a compra por importadores que aproveitaram a cotação baixa fez o dólar diminuir o ritmo de queda durante a tarde.

A moeda norte-americana ficou na menor cotação desde 29 de agosto, quando tinha fechado em R$ 5,03 reais. Em 2023, a divisa acumula recuo de 4,45%.

O dia foi mais pessimista no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 110.141 pontos, com queda de 1,42%. O indicador foi puxado por ações de mineradoras e de estatais, enquanto os papéis de bancos privados subiram após a manutenção da taxa Selic (juros básicos da economia) em 13,75% ao ano.

Em comunicado após a reunião de quarta-feira (1º), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central indicou a possibilidade de manter os juros altos por mais tempo por causa da falta de medidas de controle dos gastos públicos. Num momento em que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) começou a desacelerar o aperto monetário, os juros altos estimulam a entrada de capitais externos em países emergentes, como o Brasil.

Apesar de estimular a entrada de dólares, os juros altos afetam a bolsa de valores. Isso porque taxas elevadas reduzem o interesse por ações, consideradas investimentos arriscados, e aumentam a demanda por aplicações de renda fixa, como títulos do Tesouro Nacional.