Segundo o comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), aumentos futuros dependerão dos próximos dados econômicos.
No comunicado pós-reunião, o comitê afirmou que "antecipa que algum endurecimento adicional da política pode ser apropriado para atingir uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo". A redação é diferente dos comunicados das reuniões anteriores, que indicavam que "aumentos contínuos" seriam apropriados.
A mudança de tom ocorre após a crise bancária da última semana, que levantou preocupações sobre a estabilidade do sistema. Apesar da situação, o comitê aprovou por unanimidade o aumento dos juros.
"O sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente", disse o comitê, fazendo coro à fala recente do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
"O sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente", disse o comitê, fazendo coro à fala recente do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Sobre o peso das taxas no mercado, o comitê afirmou que "os desenvolvimentos recentes provavelmente resultarão em condições de crédito mais apertadas para famílias e empresas e pesarão na atividade econômica, nas contratações e na inflação". O FOMC admitiu que a extensão desses efeitos é incerta, mas afirmou que permanecerá muito atento aos riscos de inflação.
Como ficam os juros dos EUA?
Como ficam os juros dos EUA?
O aumento de hoje (22) leva a taxa de referência dos fundos federais dos EUA para uma faixa-alvo entre 4,75% e 5%. A taxa define o que os bancos cobram uns dos outros pelos empréstimos overnight, mas alimenta uma infinidade de dívidas do consumidor, como hipotecas, empréstimos para automóveis e cartões de crédito.
As projeções divulgadas junto com a decisão da taxa apontam para uma taxa máxima de 5,1%, inalterada em relação à última estimativa de dezembro - e indicativa, segundo o site especializado CNBC, de que a maioria das autoridades espera apenas mais um aumento de taxa pela frente.
A mediana das estimativas de membros do FOMC aponta para uma redução de 0,8 ponto percentual nas taxas em 2024 e 1,2 ponto percentual de cortes em 2025.
No início de março, o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que o banco central poderá precisar seguir uma trajetória mais agressiva para domar a inflação. A crise bancária, no entanto, frustrou qualquer opção de um movimento mais hawkish (duro).
No início de março, o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que o banco central poderá precisar seguir uma trajetória mais agressiva para domar a inflação. A crise bancária, no entanto, frustrou qualquer opção de um movimento mais hawkish (duro).
Estimativas para a economia dos EUA
As autoridades ajustaram suas projeções econômicas, aumentando as expectativas para a inflação: 3,3% para este ano, ante 3,1% previsto em dezembro de 2022.
O desemprego também cedeu para 4,5%, e as perspectivas para o PIB caíram para 0,4%. A projeção do PIB em 2024 caiu para 1,2%, ao invés de 1,6% previsto no final do ano passado.
Reação dos mercados
As preocupações com uma possível recessão ainda persistem, mas a alta de um quarto de ponto somada à fala de Powell animaram o mercado de renda variável, que passou a subir após a divulgação do resultado.
Às 15h45 desta quarta-feira, os índices futuros do Dow Jones Industrial avançavam 0,53%, do S&P 500 galgavam 0,81% e os da Nasdaq 100 subiam forte, 1,48%.
Aqui no Brasil, o Ibovespa também reagiu bem, com alta de 0,58% nos índices futuros, ainda à espera do resultado da política de juros local, que será divulgada no fim do dia. O dólar baixou e está cotado (às 15h54) a R$ 5,21 reais.
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