Por Redação com Estadão Conteúdo em Sexta, 02 Fevereiro 2024
Categoria: Economia

Empregos nos EUA surpreendem em janeiro e azedam mercados

​Confira o resultado do payroll e descubra sua relação com a política de juros do país.

A economia dos Estados Unidos criou 353 mil empregos em janeiro, em termos líquidos, segundo relatório publicado nesta sexta-feira, 2, pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou bem acima do teto das expectativas de analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que variavam de 150 mil a 290 mil postos de trabalho, com mediana de 195 mil.

O relatório, conhecido como payroll, mostrou ainda que a taxa de desemprego dos EUA ficou em 3,7% em janeiro, inalterada em relação a dezembro. A previsão era de que a taxa subiria a 3,8% no mês passado.

O Departamento do Trabalho também revisou para cima os números de criação de empregos de dezembro, de 216 mil para 333 mil, e de novembro, de 173 mil para 182 mil.

Em janeiro, o salário médio por hora teve alta de 0,55% em relação a dezembro, ou US$ 0,19, a US$ 34,55, variação que ficou acima da projeção do mercado, de 0,30%. Na comparação anual, houve ganho salarial de 4,48% no último mês, superior à previsão de 4,10%.

O que os dados fortes do payroll significam?

​Existia uma expectativa forte dos mercados acerca de redução de juros nos Estados Unidos já na próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Mas essas apostas estão diminuindo mês a mês.

Como lembra Alessandro Bam, especialista em macroeconomia, Jerome Powell, o presidente da autarquia, afirmou nesta quarta-feira (31), durante a coletiva após a primeira decisão de juros do ano, que para que sejam feitos cortes nos juros, são necessários mais dados positivos acerca da economia - e da inflação convergindo para a meta de 2%.

Nesse cenário, o resultado muito além do esperado para a criação de empregos acaba colocando o panorama ainda mais desfavorável para uma decisão de corte de juros na próxima reunião do FOMC. "O dado [payroll] em si é positivo para a economia, mas, para o Banco Central, se a economia está muito forte, não há motivo para mais estímulos, ou seja: baixar os juros", explica Bam.

"A fala de Powell nesta semana refletiu a sua insegurança quanto à manutenção da queda da inflação. Nesse sentido, um mercado de trabalho forte pode significar manutenção dos juros norte-americanos no mesmo patamar por mais tempo, ou até mesmo o risco de uma nova alta nos juros", explica o especialista.

Reação dos mercados

Após a surpresa acerca do mercado de trabalho, o índice Dow Jones Industrial reagiu negativamente, e cerca de uma hora após a divulgação do dado, o índice caía 0,42%, aos 38.3 mil pontos.

E você, o que achou dos dados do mercado de trabalho dos EUA? Qual o rumo dos juros por lá? Comente conosco!

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