Brasil busca alternativa após EUA aplicarem tarifa de 50% sobre produtos nacionais

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Brasil busca alternativa após EUA aplicarem tarifa de 50% sobre produtos nacionais

Governo aposta em reunião entre Mauro Vieira e Marco Rubio para reduzir sobretaxa; empresas redirecionam exportações para Europa, Ásia e Oriente Médio diante do impacto econômico

Foto: GettyImage

A reunião desta quinta-feira (16) entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, deve definir os próximos passos da negociação que tenta reduzir a tarifa de 50% aplicada por Donald Trump a produtos brasileiros. Apesar da recente aproximação entre Lula e o presidente norte-americano, as sobretaxas continuam afetando a economia nacional e pressionando empresas a redirecionar suas exportações.

No Ceará e em Minas Gerais, fábricas e produtores relatam cortes de custos e tentativas de abrir espaço em mercados alternativos, como Noruega, Dubai, China e países da Europa e da Ásia. Especialistas afirmam que o processo é lento e complexo, exigindo ajustes logísticos, sanitários e comerciais. Segundo eles, o cenário expõe falhas da política de comércio exterior brasileira, considerada ainda protecionista e pouco integrada ao mercado global.

Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Mesmo assim, em setembro o país registrou déficit de US$ 1,8 bilhão na balança comercial com os norte-americanos, com queda de 20% nas exportações em relação a 2024. As sobretaxas afetam cerca de 55% dos produtos enviados aos EUA, como café, carne, ferro, aço e manufaturados, impactando também os setores de siderurgia, madeira, calçados e máquinas.

Para os analistas, a dificuldade em conquistar novos compradores está ligada ao alto grau de proteção do mercado interno e à falta de acordos comerciais amplos. O Brasil tem tarifas médias de importação de 12%, bem acima da média global. "Essa estrutura reduz nossa competitividade e limita a presença internacional do país", afirma Sandra Rios, do Cindes.

Na pauta do encontro com Rubio, dois temas devem dominar a discussão: o papel do Brasil no Brics e o acesso dos EUA às reservas brasileiras de terras raras, minerais estratégicos para semicondutores e defesa. Trump teria deixado claro que espera ver o Brasil se afastar da agenda geopolítica do bloco. Segundo especialistas, uma redução parcial das tarifas, para cerca de 25%, é o cenário mais provável.

O Itamaraty também prepara um recurso formal à Organização Mundial do Comércio (OMC), embora reconheça que o processo pode levar anos. Paralelamente, o governo tenta fortalecer acordos como o Mercosul-União Europeia e o recém-assinado Mercosul-EFTA, que abre espaço em mercados europeus fora da União Europeia.

Para analistas, o momento é decisivo. "Sem reformas que aumentem a competitividade e uma visão mais aberta de comércio exterior, o Brasil continuará vulnerável a medidas como as impostas pelos EUA", resume Rios. 

Com informações de G1

 

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Sexta, 17 Outubro 2025

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