Em meio à corrida presidencial nos Estados Unidos, as discussões sobre o futuro econômico sob a liderança de Donald Trump ou Kamala Harris ganham destaque. As promessas de ambos os candidatos, caso eleitos, moldam o debate econômico e podem impactar significativamente os próximos anos, embora muito do que é dito agora ainda precise de aprovação no Congresso.

Kamala Harris: A agenda econômica

A proposta de Kamala Harris foca fortemente nos trabalhadores e nas questões salariais. Sua principal defesa é o aumento do salário mínimo federal para US$ 15 por hora. Além disso, Harris promove a ideia de sindicatos mais fortes, que protejam os direitos dos trabalhadores à negociação coletiva. Entre suas propostas, está a licença familiar remunerada, que permitiria aos trabalhadores tirarem folgas por motivos médicos ou familiares sem perderem parte da renda.

Um ponto que desperta polêmica é a questão do controle de preços de alimentos. Kamala propõe limitar os aumentos de preços em supermercados e alimentos, com o intuito de combater o que chama de "aumentos abusivos". Ela também mencionou a possibilidade de impor sanções a grandes redes de supermercados.

Saúde pública: Uma visão ambiciosa

A agenda de saúde de Harris propõe reduzir os custos dos medicamentos e expandir o acesso ao seguro saúde público, especialmente para trabalhadores sem planos patrocinados pelos empregadores. O compromisso com a Lei de Redução da Inflação e a limitação do preço da insulina a US$ 35 por mês estão entre suas promessas mais concretas.

Kamala também promete medidas para cancelar parte das dívidas médicas de milhões de americanos, buscando aliviar o fardo de muitos indivíduos endividados.

Educação e políticas tributárias

Na educação, a candidata propõe expandir o financiamento para a primeira infância e aumentar os créditos tributários para famílias, além de aliviar a carga das dívidas estudantis. Em termos de impostos, Harris busca elevar a taxa corporativa para 28% e promete manter as isenções para famílias com rendas inferiores a US$ 400 mil anuais. Sua agenda inclui ainda incentivos fiscais para o setor imobiliário, visando a construção de milhões de novas moradias.

Donald Trump: Continuidade e expansão

Trump, por sua vez, foca em expandir políticas implementadas durante seu primeiro mandato. Ele quer prolongar os cortes de impostos estabelecidos pelo Tax Cuts and Jobs Act, argumentando que a redução da taxa corporativa para 21% foi fundamental para estimular a economia e aumentar o número de empregos.

Em termos de política comercial, Trump é conhecido por seu embate com a China e pela implementação de tarifas que buscam proteger a indústria americana. Ele defende a ideia de impor novas tarifas, inclusive em importações de outros países, como forma de fortalecer a economia nacional.

Infraestrutura e desregulamentação

Outro ponto central da campanha de Trump é a infraestrutura. Ele propõe um investimento trilionário na modernização de estradas, aeroportos e sistemas de transporte público, utilizando parcerias público-privadas. Além disso, a desregulamentação é uma marca registrada de sua administração, com propostas que incluem a revogação de normas ambientais para impulsionar a produção de energia.

Saúde e imigração: Impactos econômicos

No campo da saúde, Trump busca revogar o Affordable Care Act, propondo alternativas para cortar custos e aumentar a competitividade. Já suas políticas de imigração, embora não diretamente econômicas, prometem influenciar o mercado de trabalho, com restrições em vistos para trabalhadores pouco qualificados, o que pode impactar setores que dependem dessa mão de obra.

Com propostas contrastantes, ambos os candidatos oferecem visões distintas para o futuro da economia americana, tornando essa eleição crucial para o rumo do país.

Em resumo, as eleições de 2024 trazem à tona visões econômicas contrastantes entre os dois principais candidatos, Kamala Harris e Donald Trump. Enquanto Harris prioriza medidas de justiça social, como o aumento do salário mínimo e o fortalecimento dos sindicatos, Trump aposta na continuidade de cortes de impostos e na desregulamentação para impulsionar a economia. As propostas de ambos refletem não apenas suas diferenças ideológicas, mas também os caminhos distintos que cada um enxerga para o futuro econômico dos Estados Unidos. A escolha dos eleitores, portanto, definirá qual dessas abordagens moldará o cenário econômico pelos próximos anos.