O último ano foi marcado por reviravoltas intensas nos mercados financeiros globais, com oscilações surpreendentes em diversos ativos. Os títulos passaram por momentos difíceis antes de se recuperarem, as ações enfrentaram quedas significativas seguidas de fortes altas, e o dólar, inicialmente dominante, perdeu todos os seus ganhos na segunda metade do ano.

Traders e investidores foram impactados por uma sucessão de eventos inesperados, incluindo uma crise bancária regional nos EUA e o colapso do Credit Suisse. A tão esperada recuperação econômica da China após a Covid não se concretizou, enquanto um conflito entre Israel e o Hamas e a reversão inesperada da política do Federal Reserve para uma postura mais dovish adicionaram mais volatilidade aos mercados.

Apesar de muitas movimentações iniciais perderem força, alguns setores se destacaram ao longo do ano. As ações de inteligência artificial tiveram um desempenho excepcional, impulsionando também os papéis de tecnologia. As chamadas "Magnificent 7" - Tesla, Amazon.com, Meta, Apple, Alphabet, Nvidia e Microsoft - lideraram os ganhos no mercado de ações dos EUA. Por outro lado, o iene foi a grande perdedora entre as moedas, mantendo-se em baixa devido à postura do Banco do Japão e sua política monetária expansionista. Enquanto isso, as criptomoedas se recuperaram após a queda de 2022, renovando o interesse dos investidores.

À medida que nos aproximamos de 2024, especialistas apontam diversas questões cruciais para os investidores. A continuidade do otimismo em relação aos cortes de juros do Fed pode impulsionar o mercado de ações global, mas existe a preocupação de que a desaceleração econômica possa ser mais severa do que previsto, afetando a demanda.

A trajetória do dólar permanece incerta, com a possibilidade de enfraquecimento à medida que o Fed considera cortes nas taxas, mas também a chance de recuperação diante do desempenho robusto da maior economia mundial em comparação com seus concorrentes.

O Japão enfrenta a incerteza de uma possível recuperação de sua moeda, com especulações sobre a revisão da política de taxas negativas pelo Banco do Japão. No mercado de petróleo, as mudanças nas linhas de abastecimento devido a conflitos, as promessas de redução na produção pela OPEP+ e a desaceleração da demanda da China, maior importadora de energia do mundo, geram dúvidas sobre os futuros preços do petróleo.

Quanto às criptomoedas, a questão é se o Bitcoin e outras moedas digitais conseguirão manter o recente impulso de alta e reviver o entusiasmo visto no final de 2021.

Além disso, há preocupações sobre se estaremos diante de um "pouso suave" na economia e se a suposta vitória sobre a inflação é duradoura. O impacto das eleições nos mercados, a possibilidade de deterioração nas relações geopolíticas globais e como os mercados responderão a esses riscos são fatores que os investidores estão atentos enquanto adentramos o novo ano. E me conta ai, quais suas expectativas?