Será que o 'pouso suave' da economia dos EUA é possível?
Os Estados Unidos têm um desafio econômico pela frente.
No entanto, espera-se que as poupanças excessivas e outros efeitos da pandemia desapareçam em 2024, à medida que o mercado de trabalho se normalize e o consumo doméstico seja pressionado. A renda real cresceu abaixo da tendência histórica em 2023, com taxas de juros elevadas e alavancagem mais cara de dívidas. Apesar disso, não se espera uma recessão, dada a abordagem controlada do Fed em relação aos custos de financiamento.
A expectativa é de uma inflação inicialmente estável e resiliente acima da meta do BC americano, em torno de 2,5% a 3%, que convergirá lentamente para os 2% ao longo do ano. O relatório do Fed divulgada recentemente prevê um crescimento de 1,4% no PIB em 2024, com aumento na taxa de desemprego e redução gradual da inflação. O pouso suave desejado pelo Fed em 2024 é visto como uma possibilidade.
A perspectiva de um pouso suave impulsionou os mercados financeiros, com o mercado acionário registrando recordes históricos e o Goldman Sachs prevendo um crescimento de 5% nos lucros das empresas em 2024. A performance do mercado acionário será diferenciada entre setores sensíveis à desaceleração do consumo e empresas relacionadas a temas de longo prazo, como inteligência artificial.
O dólar deve começar o ano em uma posição mais fraca em relação a moedas emergentes, como o real brasileiro. Quanto aos Treasuries, espera-se uma redução na volatilidade e uma queda nos rendimentos à medida que o Fed inicie o relaxamento monetário, mas a situação fiscal dos EUA permanece como um risco de volatilidade devido às altas emissões do Tesouro.
Em relação ao fiscal, o alto nível de dívida pública e a falta de sinais de consolidação orçamentária geram insegurança para investidores, com gastos relacionados à transição energética, seguridade social e defesa, além de estímulos para infraestrutura, mantendo a incerteza sobre correções no curto prazo.
No próximo texto irei abordar melhor a importância dos Treasuries com os mercados globais.
*Alessandro Bam é especialista em macroeconomia da Tradestars.
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