Sistema movimenta bilhões de reais por mês no país. O presidente do BC afirmou que o sistema possui uma agenda internacional.
De acordo com o economista e presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, novos vazamentos de dados do Pix devem acontecer, mas o BC está trabalhando para que ocorra o mínimo de vezes possível.
Em um evento da Esfera Brasil, o presidente do BC disse que, como o mundo de dados vai crescer cada vez mais exponencialmente, os vazamentos "vão acontecer com alguma frequência". O presidente do BC disse, no entanto, não querer "banalizar os vazamentos".
Os dados expostos até o momento não incluíam senhas ou movimentações financeiras, mas sim informações que poderiam ser encontradas publicamente, segundo Campos Neto.
"A gente tem vazamento, às vezes, que é nome e CPF. Nome e CPF têm no talão de cheque da pessoa. Você tem, às vezes, o vazamento de telefone, que a chave é o telefone celular, mas grande parte das pessoas tem o telefone celular aberto, você entra em um sistema de consulta, bota o nome e acha o telefone" disse o presidente do BC.
Segundo Campos Neto, a postura do BC vem sendo mais transparente se comparada a outros países. O BC comunica todos os vazamentos em seu site. O órgão ainda informou, na semana passada, que irá listar os incidentes relacionados a Pix em sua página, ao invés de divulgá-los por meio de avisos.
Vazamentos anteriores
Ocorreram três vazamentos de dados Pix desde que a ferramenta foi criada, em 2020. Como Campos Neto reiterou, nenhum deles envolveu senhas ou dados bancários. Na última exposição, as vítimas foram os clientes da instituição financeira Logbank, que teve 2.112 chaves Pix vazadas.
Em agosto de 2021 foram dados telefônicos de clientes do Banese (Banco do Estado de Sergipe), com 414,5 mil chaves expostas. No final de janeiro, 160,1 mil clientes da Acesso Soluções de Pagamento também tiveram seus dados expostos.
Agenda internacional
Segundo Campos Neto, o BC está trabalhando para oferecer mais funções no sistema Pix, como débito automático e remuneração do dinheiro que fica parado na conta. Além disso, o presidente do BC afirmou ter uma "agenda internacional" para a ferramenta.
O economista também mostrou, durante o evento, os números relativos ao Pix Saque e Pix Troco, que passaram a funcionar no fim de novembro. O Pix saque, que permite a retirada em comércios e no caixa eletrônico, movimentou R$ 9,7 milhões de reais em janeiro, com um volume de 66,6 mil transações no mês. Já o Pix Troco teve uma movimentação de R$ 100 mil reais no mês passado, com 1,3 mil usos nesse período.
E você? Continua usando Pix ou tem receio em utilizar o sistema após os vazamentos? Conte para a gente!