Inspirado em ideias anarquistas, o grupo acredita em "trabalhar apenas o necessário".
Já imaginou trabalhar somente o necessário para sua sobrevivência e ter mais tempo para exercer suas paixões pessoais e aproveitar com a sua família? Pois saiba que se respondeu sim, você não é o único.
Cada vez mais ganha força ao redor do globo o movimento antitrabalho que, diferente do que o nome sugere, não é contra o trabalho em si, mas sim contra a exploração do trabalhador apenas para produzir mais bens e produtos e enriquecer os outros em troca de preciosas horas que poderiam ser melhor aproveitadas.
O grupo, que cresce a olhos vistos na rede social Reddit, lamenta o status quo e pondera como uma vida sem trabalho pode ser alcançável. Segundo um artigo na revista Forbes, observar o fórum é "uma leitura reveladora e ocasionalmente chocante: histórias, anedotas e capturas de tela de trocas entre chefes inescrupulosos e seus funcionários sobrecarregados, expondo maus tratos e comportamentos tóxicos ou ameaçadores".
Segundo o texto, o antitrabalho não é contra ganhar dinheiro. Seu ponto – conforme descrito nas perguntas frequentes do grupo na rede social – é "iniciar uma conversa, problematizar o trabalho como o conhecemos hoje".
A grande questão do movimento é como a sociedade encara o trabalho árduo e o sucesso nos negócios como "auge", elogiando quem se dedica ao emprego e acumula alguma riqueza material em detrimento de suas famílias, paixões e hobbies.
Modelo de trabalho obsoleto?
Segundo Barnaby Lashbrooke, que escreveu o artigo para a Forbes, a semana de trabalho de cinco dias foi introduzida quase arbitrariamente nos anos 1900 e só agora vem sendo questionada.
Segundo Barnaby, os questionamentos apareceram graças a uma onda de apoio ao trabalho flexível e remoto e testes em larga escala de uma semana de trabalho mais curta.
Como lembra a autora, claro que temos que trabalhar: precisamos de um teto e comida na mesa. Mas a vida deve vir em primeiro lugar e o trabalho deve ser o facilitador.
Para Barnaby, embora o movimento antitrabalho signifique coisas diferentes para pessoas diferentes, a onda de interesse pelo tema provavelmente é uma reação ao esgotamento e um par de anos muito estressante.
Após muito trabalho árduo, as pessoas agora estão procurando uma mudança de estilo de vida e uma maneira mais saudável e feliz de trabalhar para ganhar a vida.
Pelo jeito, aqueles que estão deixando seus empregos - o número nos Estados Unidos só aumenta -, na maioria das vezes, não são preguiçosos nem parecem estar desempregados, estão "simplesmente procurando empregadores mais gentis e solidários e um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal", como ressaltou a autora.
É hora de pensar como mudamos o trabalho para nos adequar melhor a ele. Quantas horas seria necessário e justo? Como mudar o modelo? Em última instância, o que o movimento antitrabalho mostra é que estamos cansados - e precisamos de tempo para sermos felizes.
E você, concorda? Conhece alguma maneira de trabalhar somente o necessário, no horário em que desejar, para ter uma vida plena e feliz? Conte para a gente!