Futuros das ações sobem e dólar recua enquanto investidores avaliam impacto da paralisação e aguardam dados econômicos atrasados
Após mais de 40 dias de paralisação, o Senado dos Estados Unidos iniciou neste domingo (9), o processo para reabrir o governo federal, o que impulsionou o humor nos mercados globais. A proposta de financiamento emergencial, que ainda precisa ser votada na Câmara, garantirá recursos apenas até janeiro, mas já foi suficiente para elevar os futuros das ações americanas em cerca de 1% antes da abertura desta segunda-feira.
O otimismo também se refletiu nos títulos do Tesouro, cujos rendimentos de longo prazo atingiram o maior nível em mais de um mês, e no enfraquecimento do dólar diante do aumento do apetite por risco. Ouro, petróleo e bitcoin subiram, enquanto o índice de volatilidade VIX recuou para perto de 18,6 pontos, após a instabilidade da semana anterior.
Apesar do alívio momentâneo, analistas apontam que a divulgação de uma série de dados econômicos atrasados deve gerar movimentos voláteis nas próximas semanas, e alguns relatórios podem nem ser publicados integralmente, devido a falhas na coleta de informações durante a paralisação. O cenário para o Federal Reserve permanece incerto, com o mercado precificando em torno de dois terços de probabilidade para um novo corte de juros no mês que vem.
Mesmo com o fim previsto do programa de redução do balanço do Fed, o Tesouro americano enfrentará mais uma semana intensa de emissões, começando pela oferta de US$ 58 bilhões em títulos de três anos nesta segunda-feira.
No exterior, o iene voltou a se desvalorizar após declarações da nova primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, que prometeu flexibilizar as metas fiscais e pediu ao Banco do Japão que modere o ritmo de alta de juros. Já na China, dados de inflação acima do esperado trouxeram algum alívio, com o retorno do crescimento anual dos preços ao consumidor e a desaceleração da deflação industrial, embora a queda inesperada nas vendas de automóveis em outubro tenha sinalizado fragilidade na demanda doméstica.
Nos Estados Unidos, a temporada de balanços corporativos começa a perder ritmo. Entre as notícias mais relevantes, a Pfizer anunciou a compra da Metsera (desenvolvedora de medicamentos para obesidade) por US$ 10 bilhões, superando a disputa com a rival Novo Nordisk. As ações da Pfizer subiram 1% no pós-mercado, enquanto a empresa dinamarquesa avançou 3% nas bolsas europeias.
O avanço político em Washington ocorre num momento de desgaste na opinião pública, com pesquisas indicando o menor nível de confiança em três anos e meio. Famílias de diferentes correntes políticas demonstram preocupação com o impacto econômico da paralisação mais longa da história.
Além da movimentação em Washington, o dia também é marcado pela abertura da COP30 em Belém, que reúne líderes globais para discutir novos compromissos climáticos em meio a um cenário político dividido e desafios na transição energética.
Com informações de Reuters