Versão paga voltada para negócios é a aposta da empresa para rentabilizar sua fama no Brasil.
O WhatsApp é o aplicativo móvel mais utilizado e mais aberto entre os brasileiros de acordo com uma pesquisa feita pela Mobile Time/Opinion Box. Segundo um cálculo realizado no estudo Digital Brazil 2022, 165 milhões de brasileiros utilizam o serviço atualmente; o Whatsapp não divulga dados por país.
O app é gratuito e possui uma postura dominante em mais de 80 mercados, mas como é um grande sucesso por aqui, a Meta Platforms - que também engloba o Facebook e o Instagram - pretende converter essa popularidade em rentabilidade.
O encarregado da missão é o atual head de Operações no Brasil, Guilherme Horn, primeiro diretor a ser contratado por aqui, com vasta experiência no mercado financeiro. E com os brasileiros "é diferente", segundo Horn - em entrevista ao portal Valor Econômico.
Estratégia
O WhatsApp já possui uma versão gratuita específica para negócios, com cinco milhões de contas no país. Agora, a empresa pretende lançar uma versão paga chamada "business premium", destinada a pequenas e médias empresas.
As vantagens da versão "business premium" versus a já existente serão os recursos oferecidos e a capacidade de uso, que devem aumentar. Enquanto na versão gratuita apenas quatro dispositivos podem ser conectados à mesma conta, na opção paga essa capacidade chegará até dez aparelhos. Dentre as novas capacidades, links personalizados estarão disponíveis para os usuários.
A data do lançamento da versão paga do WhatsApp ainda não foi divulgada, mas o formato gratuito voltado para negócios deve continuar disponível mesmo após o lançamento do "business premium".
A ideia do WhatsApp é explorar as diferenças entre as pequenas e médias empresas. "É um espectro muito grande, que vai do encanador até uma pequena rede de varejo, com meia dúzia de lojas", disse Horn ao site Valor Econômico.
Com isso, o WhatsApp prevê uma migração das empresas à medida que forem crescendo, da versão gratuita para a versão paga.
De acordo com o executivo, a pandemia acelerou a adoção do "c-commerce" - comércio colaborativo - que deve crescer ainda mais.
Sucesso entre os brasileiros
Segundo um levantamento realizado pela Kantar a pedido do WhatsApp, muitos brasileiros preferem se comunicar através de mensagens com as empresas, ao invés de uma ligação. A pesquisa contou com mais de 11 países e o Brasil ficou acima da média global em todos os quesitos.
O levantamento mostrou que 70% dos brasileiros enviam mensagens para empresas ao menos uma vez por semana; 75% são mais propensos ao consumo quando a empresa possui um atendimento por mensagem e 60% preferem comprar itens via mensagens ao invés de irem até as lojas.
Horn também disse que o WhatsApp pretende estender o "diretório de negócios" - serviço no qual os usuários podem localizar empresas e prestadores de serviço por categoria, de acordo com a localização. Segundo o executivo, essa função já foi testada em São Paulo e deve ser implementada pela empresa no país todo em breve.
Outra ideia da companhia é mesclar o app com as redes sociais do Meta, como o Instagram, para anunciar itens que remetem a conversas no WhatsApp.
"Antes você ia à loja e falava com o vendedor. Agora, pode fazer isso apoiado pela tecnologia. O potencial é imenso", disse Horn ao Valor Econômico.
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