Por Redação em Quinta, 19 Janeiro 2023
Categoria: Negócios

Resiliência e espírito empreendedor: conheça a história de Jacsson Santos

​Saiba como um propósito transformou várias vidas.

Resiliência, em física, é a capacidade de um corpo de retornar à sua forma original após ser submetido a uma deformação elástica. Por vezes, atribuímos essa característica a coisas, como um bambu, que "enverga, mas não quebra", mesmo diante de intempéries pesadas. Mas extrapolando o sentido original, há também pessoas que merecem o título de resilientes. Sob pressão, há quem quebre, mas também há quem aguente o tranco. Jacsson Santos parece ser o segundo caso.

Diante de dificuldades, ele não se abateu e, hoje, é sócio de um ecossistema de educação financeira que "transforma vidas", segundo o mesmo, assim como a dele foi transformada. Conversamos em uma tarde, em um café – que ele fez questão de pagar -, durante cerca de uma hora.

Atualmente, Santos é um trader de sucesso, mas aos 14 anos, ele trabalhava com o pai como ajudante de pedreiro, ganhando R$ 20 reais por dia. Não chegou a terminar ensino médio; estudou até a sétima série, depois fez supletivo e não fechou o ensino médio por ficar "pendurado" em duas matérias – o que dificultava encontrar emprego.

Com espírito empreendedor, ele aprendeu a fotografar e criou um modelo de negócio: com uma máquina fotográfica emprestada, fazia sessões fotográficas por R$ 20 reais, com direito a 20 fotos. Precisou devolver a câmera – mas a vontade de empreender continuava viva. Santos tentou vender de picolé a ovo, sem muito sucesso.

Mas lá estava a resiliência. Em 2017, com a ajuda do pai, comprou um Gol 86 por R$ 2 mil reais. Foi então que a esposa Letícia, na época ainda namorada, trabalhou dobrado para conseguir o capital inicial para o novo empreendimento de Jacsson: vender água no sinal.

Os R$ 100 reais conseguidos por ela, que seriam o combustível para uma vida nova, viraram decepção: não se sabe se pelos custos – para buscar água era longe e o carro "bebia muito" -, ou pela escolha do produto ou localização, a venda de água não foi muito bem. Mas o trabalho no sinaleiro ajudou a "engolir o orgulho".

Depois, Santos trabalhou com captação de clientes para clínicas odontológicas, com abordagens na rua. Ele ganhava R$ 10 reais por indicação e, lá, aprendeu a encantar os clientes, chegando a ganhar R$ 250 reais em um único dia. Depois, trabalhou com abordagens por telefone para um escritório de advocacia. Mas ele queria emprego fixo, pois pensava que isso traria "segurança".

Jacsson conseguiu um emprego em uma empresa de segurança patrimonial. Foi bem no serviço, mas a empresa não pagava seu salário. Aqui, ele quase desacreditou de si, sem dinheiro e sem perspectiva de futuro.

Foi quando voltou a falar com seu chefe na clínica odontológica, e foi convidado a trabalhar na equipe de abordagem telefônica de um novo empreendimento na área financeira. Para comparecer, precisou pedir um adiantamento para pagar as passagens de ônibus – e conseguiu. A chance de ouro estava ali.

Jacsson melhorou o setor para o qual foi trabalhar, utilizando sua experiência adquirida em abordagens nas ruas. Comunicativo, solucionou os problemas e pediu a liderança; logo estava chefiando a área que, mais tarde, dobrou os resultados e se tornou o suporte da Trade Stars, empresa da qual hoje ele é sócio.

Mas Jacsson se perguntava: "Será que essa empresa ganha dinheiro com trade mesmo ou só vende cursos?". Então, um dia, ele viu a tela do computador de seu chefe aberta em uma operação de US$ 35 mil dólares e teve certeza: "Quero fazer isso também".

Foi quando aquele rapaz, que já havia trabalhado por R$ 20 reais por dia como ajudante de pedreiro, resolveu empreender seus esforços para aprender a operar no mercado Forex, se especializando em ouro/commodities.

Estudou sozinho e teve um primeiro ano de operações difícil. Mas, no segundo ano operando, conseguiu chegar a uma conta de R$ 100 mil reais.

Então pensou: "O que está acontecendo?". Mesmo sem a resposta, ele conseguiu comprar um carro novo e, com 21 anos, quitou as parcelas antecipadamente. Em três anos, ele já ganhava mais no mercado financeiro do que trabalhando na Trade Stars.

Foi então que, em uma videochamada, durante a pandemia, veio a surpresa: foi convidado para ser sócio da empresa na qual trabalhava – ele ainda se emociona ao lembrar. Segundo Santos, deixar de lado o pensamento de escassez foi fundamental.

Jacsson, que agora já tinha um carro melhor, também se mudou para uma casa em um bairro melhor e começou a se guiar pela prosperidade. Em 2022, conquistou o primeiro milhão como trader.

Atualmente, Jacsson divide seu tempo entre mentorias e palestras sobre autoperformance, opera no mercado financeiro junto com a "tribo" Trade Stars e afirma: "O trade é uma ferramenta que mudou a minha vida".

Segundo ele, o fundamental em sua trajetória, o que o fez não desistir, foi ser arrojado e ter propósitos. O primeiro era se salvar; o segundo, salvar a família e o terceiro, que veio depois, foi salvar outras pessoas. "A gente se limita muito", disse ele, enquanto tomava um chá gelado. Hoje, o plano é "inspirar as pessoas a serem sua melhor versão".

Sobre seus feitos, ele diz: "Em 2020, eu diria que era surreal. Hoje, não é mais". Atualmente, ele já entende que seu sucesso é resultado de muito trabalho – e de não desistir.

Mas nem sempre dá tudo certo – questionei. Como um craque do trade que está com a terapia em dia, ele respondeu: "Perdas fazem parte do processo, mas elas não te definem". E citou o campeão do mundo Lionel Messi: "Ele pode perder uma partida, mas no final do dia, ele ainda é o Messi". A tal resiliência: enverga, mas não quebra.

Publicações Relacionadas

Deixe o seu comentário