Rappi destacou a dominância do iFood no mercado devido aos contratos de exclusividade.
Mais uma vez o Rappi recorreu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para acusar o iFood, seu concorrente - desta vez por descumprir as decisões do órgão. As ações do iFood prejudicam a livre concorrência, de acordo com o Rappi.
Em 2021, foi concedida uma medida preventiva pela Superintendência-Geral do Cade a fim de tornar o mercado de entregas mais igualitário, após as denúncias do Rappi de que o iFood firmava contratos de exclusividade com os estabelecimentos parceiros.
Segundo o Rappi, mesmo após a decisão do Cade - de proibir os contratos de exclusividade - o mercado continua sendo dominado pelo seu concorrente, tendo em vista que os acordos já firmados pelo iFood e seus parceiros continuam valendo.
A situação teria motivado, inclusive, a saída do Uber Eats do mercado brasileiro. No documento, é lembrado o encerramento das atividades do Uber Eats no início deste ano, quando era a segunda empresa com maior participação no ramo de entregas, reforçando a dificuldade das concorrentes diante do domínio do iFood.
O Rappi afirmou, no documento enviado ao Cade, que muitos restaurantes de grande relevância ainda se encontram exclusivamente associados ao iFood.
Segundo a empresa, a saída do Uber Eats "está essencialmente atrelada ao caráter lesivo do poder de mercado detido" pelo iFood que, segundo a representação, possui uma participação de 70% a 80%, "o que demonstra uma tendência de expansão do iFood em relação aos demais concorrentes desse mercado".
Através de mecanismos sofisticados, segundo o Rappi, o iFood descumpre a medida imposta pelo Cade. Dentre estes, a inclusão de marcas e lojas em contratos antigos, reativação de acordos antigos, contratos preferenciais e até novos acordos de exclusividade - o que estaria proibido.
O Rappi solicitou ao Cade, no documento, o reconhecimento do descumprimento da medida por parte do iFood e o encerramento, de uma vez por todas, dos contratos de exclusividade - sem prejudicar os estabelecimentos que detém o instrumento.
O iFood se defendeu diante das acusações, que "causam indignação e tentam definir um cenário diferente da realidade do mercado e das operações das empresas", segundo ele.
A empresa líder ainda reforçou que respeita a medida definida pelo Cade integralmente e que seu sucesso, na verdade, é originado pelo bom serviço.
Por fim, na nota, o Rappi destacou que estes contratos, "na mão de uma única empresa cria uma situação ímpar no setor, que não é vista no mercado de delivery e em nenhum outro país do mundo".
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