Detentora das marcas Itaipava, Crystal e Petra lamentou o cenário econômico em seu pedido.
O grupo Petrópolis, dono das marcas de cerveja Itaipava, Crystal e Petra, teve deferido seu pedido de tutela cautelar para bloquear execuções de dívidas, solicitado como medida de urgência para sua recuperação judicial. A cervejeira é assessorada pelos escritórios Galdino & Coelho e Salomão Kaiusca.
O juiz concedeu a tutela e já nomeou os administradores judiciais: Preserva-Ação e Zveiter Advogados - os mesmos responsáveis pela recuperação da Americanas.
Por que o grupo Petrópolis pediu recuperação judicial?
A companhia afirmou, em sua petição, que o volume de venda caiu de 31,2 milhões de hectolitros em 2020 para 26,4 milhões em 2021 e 24,1 milhões em 2022. A diminuição de vendas resultou em queda de 17% na receita.
O Grupo Petrópolis afirma não ter um "colchão fiscal", o que, segundo eles, é o caso de seus concorrentes. Segundo a cervejeira, o aumento da Selic e os atuais spreads em suas operações geram impacto de R$ 395 milhões de reais no fluxo de caixa anualmente.
A companhia afirma precisar de R$ 360 milhões de reais em capital de giro até o final de março. Se contabilizado o valor até 10 de abril, são R$ 580 milhões de reais - o que deixaria o caixa negativo.
O pedido de urgência aconteceu após o vencimento de uma parcela de R$ 105 milhões de reais na segunda-feira (27).
O grupo Petrópolis pediu a suspensão de cobrança de dívida e liberação de recursos depositados em bancos.
A dívida da detentora da Itaipava com credores financeiros chega a R$ 2 bilhões de reais, além de mais R$ 2,2 bilhões de reais com fornecedores.
Confira a nota do Grupo Petrópolis:
Nota à imprensa
O Grupo Petrópolis confirma que protocolou, no dia 27 de março, um pedido de recuperação judicial da Cervejaria Petrópolis S.A. e demais empresas do Grupo Petrópolis. A empresa adotou esse recurso, tendo como prioridade manter a sua operação e produção regulares e a preservação dos 24 mil empregos diretos e estimados 100 mil indiretos gerados.
O foco principal do GP, neste momento, é garantir a manutenção da operação, a qualidade de seus produtos, o abastecimento da cadeia de distribuição e, consequentemente, sua capacidade de geração de receita, bem como honrar seus compromissos com funcionários, fornecedores e parceiros.