Por Redação em Quinta, 08 Setembro 2022
Categoria: Negócios

Carreira: conheça os tiktokers que ganham milhões de dólares!

Entenda o universo e os desafios dos produtores de conteúdo na internet. 

O mundo globalizado trouxe diversas novas oportunidades de carreiras e encerrou outras tantas. Entre as profissões do século XXI, se destaca a de produtor de conteúdo para a internet. Blogueiros, tuiteiros, youtubers, instagramers, streamers e, mais recentemente, tiktokers são alguns dos títulos profissionais desse universo de novas carreiras digitais que rendem milhões de dólares para quem consegue se destacar.

A revista Forbes fez uma lista com os tiktokers mais influentes do mundo. Para ter uma ideia do volume de dinheiro movimentado por esse mercado - que cresceu 200% de 2020 para 2021 -, os expoentes da plataforma receberam, juntos, US$ 55,5 milhões de dólares no último ano. A rede conta, atualmente, com mais de um bilhão de usuários em todo o mundo.

Segundo a reportagem, as estrelas do TikTok cobram até meio milhão de dólares por uma única postagem; mas a média entre os expoentes fica em torno de US$ 100 mil a US$ 250 mil dólares.

Essas celebridades ganham de 30% a 50% de seu capital via conteúdo patrocinado - quando uma empresa paga por uma postagem nas mídias sociais do influenciador.

Charli D'Amelio é a pessoa mais popular do TikTok atualmente, com 133 milhões de seguidores. Em parceria com sua irmã, Dixie D'Amelio, ela rompeu a barreira das redes sociais e ganhou uma série no streaming Hulu, chamado The D'Amelio Show. Comparadas às Kardashians, as duas possuem uma marca lucrativa, a Social Tourist, uma joint venture em parceria com a Hollister. Seu capital estimado saltou de US$ 7 milhões para US$ 27,5 milhões de dólares em apenas um ano.

Completam a lista Addison Rae, outra tiktoker que foi parar em uma série, Ela é demais, na Netflix e tem contrato com a American Eagle, concorrente da Hollister; Bella Poarch, que tem 87 milhões de seguidores e é a terceira mais seguida da rede, tendo fechado anúncios com Google, Prada e Tinder; o jovem festeiro Josh Richards, que tem acordos de patrocínio com Amazon e CashApp e é dono de uma marca de energéticos; Kris Collins, uma ex-cabeleireira canadense que acumula contratos com marcas como Hershey, Lionsgate e Pantene e Avani Gregg, que criou o coletivo de influenciadores Hype House, grande responsável pela popularização do TikTok nos Estados Unidos.

Tiktokers no Brasil

O mercado brasileiro ainda está engatinhando se comparado aos Estados Unidos. Por aqui, a plataforma ainda não monetiza os criadores de conteúdo por views em um programa nos moldes do YouTube, mas há diversas marcas patrocinando produtores de conteúdo para a rede.

Conversamos com Rodrigo de Lorenzi (@rodrigodelorenzi), que cria conteúdo para a internet sobre livros, séries, filmes e vinho. Ele começou como youtuber, mas está conhecendo o sucesso no TikTok, onde reúne mais de 200 mil seguidores fiéis. 

MNN: Como você decidiu entrar no TikTok?

Rodrigo: Eu já produzia conteúdo há uns três anos para o YouTube fazendo resenhas sobre séries, filmes e livros, com um retorno modesto. Eu era um pouco avesso ao TikTok por associar a rede a apenas dancinhas e adolescentes, mas certo dia quis fazer um vídeo pequeno sobre uma série, que não geraria um conteúdo muito grande, mas que caberia no TikTok. Postei, comecei a entender melhor a rede e o resultado me surpreendeu, especialmente porque as pessoas começaram a interagir com o vídeo e eu fui ganhando seguidores. Depois continuei postando e ampliando meu conteúdo, falando sobre séries e filmes, mas especialmente sobre livros. Foi aí que descobri que a plataforma é uma ferramenta poderosa de comunicação e que permite que você vá além das dancinhas. Existem comunidades muito fortes lá dentro, como o BookTok.

MNN: O que você já teve de retorno, em termos de feedback de seguidores e atenção do mercado?

Rodrigo: Em menos de 6 meses eu já estava com mais de 100 mil seguidores, o que foi uma loucura para mim porque jamais imaginei uma aceitação tão grande. Esses seguidores são engajados, compartilham os vídeos com milhares de pessoas e o retorno é o gás necessário que os criadores de conteúdo precisam. Já tive desde pessoas falando que os vídeos as ajudaram durante um período de depressão muito grande até pessoas falando que começaram a ler determinado livro que eu indiquei e aquilo mudou a vida delas. As marcas estão começando a olhar para o TikTok com mais atenção agora. No meu caso, recebo muitos livros de editoras grandes, mensagens de autores independentes e contato de produtoras para cabines exclusivas de pré-estreia de filmes. É bem bacana.

MNN: O que você diria para quem quer começar na plataforma?

Rodrigo: Acredito que é preciso ter foco e constância. Não adianta viralizar um vídeo qualquer, ganhar muito seguidores e depois não continuar ou não ter uma ideia central do que é o seu canal. É preciso saber qual seu segmento, sobre o que você quer falar. O TikTok é bastante democrático e divertido, mas é preciso organização. Quem decide ser produtor de conteúdo precisa saber que é preciso compromisso com a produção dos vídeos, ter ideias novas, planejamento e principalmente paciência. Uma hora a coisa engrena.

MNN: Quais os principais desafios na monetização?

Rodrigo: O TikTok vem crescendo imensamente, mas no Brasil ele ainda não monetiza os criadores por visualizações, como o YouTube. Existem algumas estratégias dentro da plataforma lançadas pelo próprio TikTok, como alguns desafios de vídeos com determinados temas. Esses vídeos são analisados por uma banca julgadora e valem prêmios de diversos valores, tanto de R$ 1 mil quanto de R$ 10 mil. Há também as lives, em que o público pode mandar presentes virtuais para os criadores e esses presentes são revertidos em dinheiro. Mas o grande desafio é chamar a atenção das marcas para fechamento de publis. Para isso, o criador precisa pensar como uma empresa: criar um mídia kit, prospectar empresas, oferecer propostas e até mesmo buscar alguma agência especializada em fechar contratos entre empresas e criadores de conteúdo, dinâmica em que a agência fica com cerca de 30% do job e o criador com 70%. Mas nada é tão fácil e exige bastante trabalho e dedicação.

E você, já entrou para o TikTok? Conte para a gente!

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