Assim como em outras companhias, os resultados trimestrais do banco foram impactados negativamente pelos recentes eventos da varejista.
Nesta quinta-feira (02) o Santander, que ocupa o terceiro lugar entre os maiores bancos privados do país, divulgou um de seus piores resultados trimestrais. Os números referentes a este período foram impactados, assim como os de outras companhias, pelo declínio da Americanas, que vem abalando o mercado financeiro como um todo.
De acordo com o balanço divulgado, o lucro líquido gerencial de R$ 1,68 bilhão de reais apresentado pelo banco sinalizou uma queda de aproximadamente 45% em relação ao trimestre anterior.
O consenso Bloomberg estimava um ganho trimestral de R$ 2,87 bilhões de reais e, assim como comparado a outras projeções, o banco apresentou um resultado muito abaixo do esperado.
No consolidado, o Santander também obteve um lucro menor comparado ao ano anterior, com uma diferença de 21%.
Seguindo a sequência de quedas, com 7,3 pontos percentuais a menos, o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) do banco foi de 8,35%. Da mesma forma, o agregado de 2022, que somou 16,3%, teve uma redução de 4,9 p.p (pontos percentuais) em relação a 2021.
Um dos grandes motivos por trás desse balanço foi o aumento das provisões para devedores duvidosos (PDD): para R$ 7,364 bilhões de reais no quarto trimestre. Mas, segundo Angel Santodomingo, vice-presidente financeiro do Santander, isso não é uma surpresa.
"A PDD, os indicadores de inadimplência e o custo de crédito se mostram compatíveis ao momento e em linha com o esperado, com safras novas concentradas em melhores ratings, destacando aqui as medidas tomadas em função de maior seletividade".
"Desde então, e de acordo com o que prevíamos, temos praticado uma maior seletividade na originação de novas operações e observado a materialização da deterioração das condições de crédito. Esses efeitos, esperados e temporários, são compatíveis com a visão que temos de longo prazo", acrescentou.
Efeito Americanas
Por conta dos eventos recentes, a grande varejista Americanas se encontra em uma recuperação judicial e com uma dívida de mais de R$ 40 bilhões de reais. Desde então, o mercado financeiro está sofrendo com os impactos deste cenário, incluindo as companhias.
O Santander está sendo um dos grandes afetados pelo "efeito Americanas", já que possui R$ 3,6 bilhões de reais em empréstimos à varejista, somente ficando atrás da cifra do Bradesco, outro credor atingido.
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