Ações da empresa perderam quase 90% do valor de mercado em uma semana.
Conforme antecipado pela maioria dos agentes do mercado financeiro, a Americanas ingressou com um pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (19). A solicitação foi feita ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
A holding varejista já havia notificado o mercado a respeito de inconsistências contábeis no valor de aproximadamente R$ 20 bilhões de reais, por meio de fato relevante, na noite de 11 de janeiro. No pedido de recuperação judicial feito hoje, as dívidas da empresa aparecem no montante de R$ 43 bilhões de reais.
Nos oito dias que se seguiram à divulgação do fato relevante, muito se discutiu no mercado e credores como Goldman Sachs, Bradesco, Bank of America e Votorantim buscaram por meios legais entender a real situação da empresa.
O BTG Pactual entrou com um mandado de segurança, acusando a varejista de fraude, má fé e premeditação. Posteriormente, o banco credor obteve uma decisão liminar para bloquear R$ 1,2 bilhão de reais da Americanas, também no TJ-RJ.
Na bolsa de valores, já no dia 12 de janeiro, o ativo foi a leilão e perdeu mais de 70% do seu valor. Hoje, bateu o valor mínimo de R$ 1,29 reais, o que equivale a uma redução de quase 90% em seu valor de mercado.
No pedido de recuperação judicial, os advogados da Americanas afirmaram que os consecutivos rebaixamentos de rating da empresa pelas agências de classificação de risco fizeram com que os bancos negassem o adiantamento de recebíveis de cartão de crédito à empresa, o que "drenou mais de R$ 3 bilhões [de reais] do caixa".
Em novo fato relevante comunicado ao mercado nesta quinta-feira, a Americanas informou ter apenas R$ 800 milhões de reais em caixa, "sendo que parcela significativa deste valor estava injustificadamente indisponível para movimentação pela Companhia".
Em nota à imprensa, a Americanas informou que "seguirá operando normalmente dentro das novas regras da recuperação judicial, cujo um dos objetivos principais é a própria manutenção de empregos, pagamento de impostos e a boa relação com seus fornecedores e credores e investidores de forma geral".
No comunicado, a empresa afirma ainda que "pretende manter a liquidez da companhia em patamares que permitam o bom funcionamento da operação de todas as lojas, do seu canal digital, Americanas.com, da AME e suas coligadas".
O próximo passo para a Americanas, de acordo com a liminar concedida ao BTG, deve ser a apresentação plano de recuperação judicial - o que deve ocorrer em até 30 dias.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) já determinou a fiscalização dos balanços da companhia por um auditor independente.
E você, o que está achando da situação da Americanas? Possui ou possuía ações da varejista? E o que acha que o futuro reserva para a companhia? Comente conosco aqui e nas redes sociais!