Estatal não irá mais controlar Itaipu e Eletronuclear após o processo.
De acordo com o presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, em uma coletiva de imprensa realizada esta semana, a guerra no Leste Europeu e a possível volatilidade e desvalorização das ações da estatal não devem afastar os investidores nem afetar o processo de privatização da empresa.
Limp afirmou que o cronograma está mantido e prevê a finalização do processo de privatização em 13 de maio. "A Eletrobras é um ativo de longo prazo. A gente trabalha com a expectativa de que haja interesse grande na capitalização da empresa", afirmou o presidente.
Para que a desestatização ocorra, o presidente da Eletrobras citou que algumas etapas internas devem ser cumpridas, como preparação e publicação da oferta, tratativas com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e realização do roadshow financeiro.
Em relação às etapas externas, é necessária a aprovação do trâmite pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Quanto ao risco de concentração de mercado na área de geração de energia, com a passagem da participação de 30% do Estado para a iniciativa privada, o presidente da Eletrobras afirmou que a estatal não vai mais controlar Itaipu e Eletronuclear, já amenizando o percentual de geração. Mas, segundo Limp, a transferência do controle de Itaipu e Eletronuclear só será concluída após a desestatização da Eletrobras.
Limp fez questão de destacar que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tem o papel de impedir essa concentração de mercado: "a regulação está aí para impedir qualquer efeito de concentração de mercado no setor elétrico. Hoje não temos essa visão", disse. E acrescentou: "Confiamos na regulação do setor para garantir o bom funcionamento do mercado".
Angra 3
Quanto à Usina Nuclear Angra 3, que teve as obras retomadas recentemente, Limp disse que a Eletrobras tem realizado investimentos no Plano de Aceleração do Caminho Crítico. O próximo passo seria definir a tarifa pela CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), depois dos estudos do BNDES serem finalizados.
Questionado sobre a participação da Rosatom (Empresa Estatal de Energia Nuclear da Rússia), o presidente da Eletrobras respondeu dizendo que ainda não existem informações sobre essa participação no consórcio, já que é um processo que ainda vai ser construído, em função da definição da tarifa.
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