Segundo o presidente do Banco Central do Brasil, é crucial monitorar fatores como a inflação nos EUA, a economia da China, a e o aumento da dívida global após a pandemia.
O Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, faz análise cautelosa da inflação global em meio a eventos-chave:
Em São Paulo, o presidente do Banco Central destacou que as taxas de inflação global estão atualmente em processo de desaceleração, impulsionadas principalmente pela queda nos preços dos alimentos e energia. No entanto, ele ressalta que os núcleos de preços nas maiores economias ainda permanecem em níveis elevados, especialmente devido à pressão sobre os serviços.
Campos Neto enfatizou que, tanto no Brasil quanto em outros países da América Latina, esses núcleos de inflação estão mais baixos do que em períodos recentes. Ele também observou que as inflações de serviços estão operando em níveis muito elevados, embora em alguns países emergentes, os serviços já estejam abaixo dos padrões históricos.
Além disso, o presidente do Banco Central abordou quatro principais temas no debate global sobre a inflação: a dinâmica nos Estados Unidos, a situação econômica na China, a divisão global de recursos e a dinâmica de uma economia mundial mais endividada após a pandemia, com taxas de juros ainda em níveis elevados. Ele ressaltou que a dívida dos países está em torno de 20% do PIB, com custos significativos de rolagem, afetando o mercado de crédito privado.
Quanto à inflação no Brasil, Campos Neto afirmou que ela está seguindo em linha com as expectativas do Banco Central, com uma convergência em direção à meta. Ele observou que o recente aumento marginal no núcleo de serviços foi impulsionado principalmente por passagens aéreas e emplacamento de carros novos, mas está dentro da trajetória planejada.
O Presidente do Banco Central também destacou a observação atenta do mercado de trabalho aquecido e identificou um aumento de preços em áreas onde o trabalho é mais intensivo, enquanto a massa salarial aumenta entre 5% e 5,5%.
Finalmente, ele enfatizou que a inflação implícita de longo prazo está diminuindo, o que reflete uma percepção reduzida de risco por parte do mercado em relação às mudanças de direção do Banco Central no decorrer do ano, indicando uma perspectiva mais equilibrada em termos de expectativas de inflação.