Brent e WTI avançam enquanto o mercado avalia o impacto dos ataques ucranianos na produção russa e aguarda a decisão do Fed sobre taxas de juros.
Os preços do petróleo registraram-se altos nesta terça-feira, (16), refletindo a preocupação dos investidores com possíveis opções não simultâneas da Rússia após novos ataques ucranianos e a expectativa de um corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve dos EUA.
Às 09h21 (BRT), o contrato do Brent para entrega futura era negociado a US$ 67,97 o barril, alta de 53 centavos (0,8%), enquanto o WTI, referência americana, avançava 63 centavos (1%) para US$ 63,93. Na sessão anterior, o Brent havia encerrado com ganho de 45 centavos, a US$ 67,44, e o WTI com alta de 61 centavos, a US$ 63,30.
De acordo com fontes do setor, a estatal russa de petróleo Transneft alertou produtores locais sobre a possibilidade de reduzir a produção, depois que ataques de drones ucranianos atingiram portos de exportação e refinarias estratégicas. Os ataques fazem parte de uma intensificação da ataque da Ucrânia contra a infraestrutura energética russa, em meio ao impasse nas negociações para encerrar o conflito.
Analistas do JP Morgan destacaram que a experiência, incluindo o ataque ao terminal de Primorsk, tem como objetivo limitar as exportações de petróleo da Rússia, o que pode mexer com o equilíbrio do mercado global e pressionar os preços para cima.
Estimativas do Goldman Sachs apontam que, apenas em agosto e nas primeiras semanas de setembro, cerca de 300 mil barris por dia da capacidade de refino russa foram comprometidos pelos ataques. Mesmo assim, o banco prevê uma queda modesta na produção, já que os compradores asiáticos continuam demonstrando interesse em importar petróleo russo.
Paralelamente, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, declarou na segunda-feira, (15), que Washington não pretende adotar tarifas adicionais contra produtos chineses para forçar Pequim a reduzir as compras de petróleo da Rússia, a menos que a Europa também imponha tarifas à China e à Índia, que seguem entre os maiores compradores do produto russo.
No radar do mercado também está a reunião do Fed, que acontece entre 16 e 17 de setembro, com expectativa de corte nos juros. Normalmente, taxas mais baixas estimulam a demanda por combustíveis, mas os analistas seguem cautelosos em relação à força da economia americana.
Além disso, os investidores aguardam os dados oficiais dos estoques de petróleo dos EUA, previstos para quarta-feira às 14h30 GMT. Projeções indicam queda de 6,4 milhões de bairros na semana encerrada em 12 de setembro, após o aumento de 3,9 milhões de bairros na semana anterior, segunda nota de Walt Chancellor, estrategista do Grupo Macquarie. A pesquisa da Reuters também mostrou que os analistas esperam encontrar estoques de petróleo e gasolina, mas altos nos destilados.
Com informações da Reuters