Após atingir o pico de US$ 4.381,21 por onça, o metal precioso cai mais de 5%, em meio à realização de lucros e expectativa por novos dados de inflação nos EUA
Os preços do ouro recuaram fortemente, caminhando para a maior queda diária em cinco anos. O movimento ocorreu após investidores aproveitarem para realizar lucros, depois de uma disparada que levou o metal a máximas históricas, impulsionado por apostas em cortes de juros nos Estados Unidos e pela busca global por ativos de proteção.
No mercado à vista, o ouro cedeu 5,5%, sendo negociado a US$ 4.115,26 por onça às 01h45 (horário de Brasília), o menor patamar em uma semana, a maior desvalorização desde agosto de 2020. Já os contratos futuros para dezembro encerraram o dia em queda de 5,7%, cotados a US$ 4.109,10 por onça.
Na segunda-feira, o metal havia atingido o recorde de US$ 4.381,21 e acumulava alta de cerca de 60% em 2025, sustentado por incertezas econômicas e geopolíticas, expectativa de redução nas taxas de juros e compras consistentes de bancos centrais.
"As quedas do ouro vinham sendo aproveitadas até ontem, mas o aumento da volatilidade nas últimas sessões despertou cautela e favoreceu a realização de lucros no curto prazo", explicou Tai Wong, trader independente de metais.
O fortalecimento do índice do dólar, que subiu 0,4%, também pesou sobre o metal, encarecendo-o para investidores que utilizam outras moedas. Para o analista sênior da Kitco Metals, Jim Wyckoff, o aumento do apetite ao risco nos mercados globais tem pressionado os ativos considerados "portos seguros".
De acordo com o Citi, a recente reabertura do governo dos EUA e possíveis anúncios de acordos comerciais entre Washington e Pequim podem levar à estabilização dos preços do ouro nas próximas semanas.
A prata acompanhou o movimento e despencou 7,6%, para US$ 48,49 a onça. "A prata está sofrendo forte correção e acabou puxando todo o complexo de metais para baixo", afirmou Wong, destacando que o metal deve oscilar com volatilidade enquanto o ouro busca se manter estável. A platina caiu 5,9%, para US$ 1.541,85, e o paládio perdeu 5,3%, sendo cotado a US$ 1.417,25.
Os investidores agora aguardam a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos, referente a setembro, adiado pela paralisação do governo americano. A expectativa é de alta de 3,1% na base anual. O mercado também projeta que o Federal Reserve reduza as taxas de juros em 25 pontos-base na reunião de política monetária da próxima semana.
O ouro, por ser um ativo sem rendimento, tende a se beneficiar em cenários de juros mais baixos.
Com informações de Reuters