Entenda os fatores que ainda fazem o Brasil importar essa commodity essencial.
Muitos cidadãos se questionam se o Brasil produz toda a gasolina e diesel que consome, mas a verdade é que o país ainda é dependente de importações, principalmente de diesel, para que consiga atender às suas demandas internas.
Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o índice de dependência externa do Brasil em 2021 chegou a 26%. Neste mesmo ano, o país importou cerca de 40 mil barris de gasolina e 250 mil barris de diesel por dia.
De acordo com projeções da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), o país não mudará sua situação de dependência do diesel tão cedo, pelo menos não nessa década.
Por outro lado, a empresa acredita que o Brasil deve se tornar um exportador de "gás de cozinha" (gás liquefeito de petróleo - GLP) ainda no fim desta década. Isso só será possível devido a novas operações em unidades de processamento de gás natural.
Veja, em porcentagem, como foi a evolução da participação da Petrobras no abastecimento de óleo diesel ao mercado doméstico, de acordo com dados da ANP:
2017 → 77%
2018 → 85,6%
2019 → 83,4%
2020 → 79,2%
2021 → 84%
2022 → 78,3%
Por que não somos autossuficientes?
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, afirmou ao jornal Valor Econômico que nem todo o petróleo produzido no Brasil atende às especificidades da demanda das refinarias nacionais. Segundo Pires, as refinarias brasileiras são, em sua maioria, antigas e projetadas para operar com óleo importado.
Rodrigo Sprea, engenheiro de petróleo e trader profissional da commodity, explicou porque isso ocorre: "o petróleo não é totalmente uniforme: ele pode ser mais pesado ou mais leve, mais ou menos viscoso, ter maior ou menor grau de enxofre, por exemplo".
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