Após uma semana marcada por ameaças tarifárias e volatilidade, investidores respiram aliviados com o tom mais moderado de Donald Trump e sinais de estabilidade nas exportações chinesas
Os mercados globais iniciam a semana em leve recuperação após uma sequência de movimentos abruptos e declarações contraditórias que marcaram os últimos dias. As ameaças comerciais da China na sexta-feira provocaram forte queda em Wall Street, mas o clima melhorou no domingo, quando o presidente Donald Trump suavizou o tom em relação a Pequim.
Na sexta, o S&P 500 despencou quase 3%, enquanto o ouro subiu após Trump prometer tarifas de até 100% sobre produtos chineses, em resposta às novas restrições da China sobre exportação de terras raras. No domingo, porém, o presidente afirmou: "O altamente respeitado presidente Xi passou por um momento difícil. Os EUA querem ajudar a China, não prejudicá-la."
Segundo o representante comercial Jamison Greer, as tensões aumentaram após Washington tentar agendar uma ligação com autoridades chinesas, tentativa que Pequim adiou. Ainda não está claro se o impasse pode afetar a revogação do atual acordo comercial, marcada para 10 de novembro, ou a realização da esperada cúpula Trump–Xi.
A China informou que suas exportações cresceram mais do que o previsto em setembro, compensando parte das perdas para os EUA com aumento das vendas à União Europeia, Sudeste Asiático e África.
Nos Estados Unidos, o feriado do Dia de Colombo mantém o mercado de Treasuries fechado, enquanto investidores aguardam o início da temporada de resultados corporativos a partir de amanhã. Na sexta, os rendimentos dos títulos de dois e dez anos caíram ao menor nível em quase um mês, e o dólar voltou a se firmar nesta segunda-feira.
Com as Reuniões Anuais do FMI e do Banco Mundial em andamento, o presidente do Conselho de Estabilidade Financeira, Andrew Bailey, alertou que "as avaliações podem estar em desacordo com o cenário econômico e geopolítico, tornando os mercados vulneráveis a uma correção desordenada".
Na Ásia, as bolsas se estabilizaram após a abertura em queda, e o ouro atingiu novo recorde acima de US$ 4.070, refletindo busca por segurança. Na Europa, o presidente Emmanuel Macron reconduziu Sébastien Lecornu ao cargo de primeiro-ministro, mantendo Roland Lescure nas finanças e reduzindo a tensão política.
A temporada de resultados nos EUA começa na terça-feira, com JPMorgan, Goldman Sachs, Citigroup e Wells Fargo. O mercado busca confirmação de que o crescimento de 8,8% no lucro por ação do S&P 500 pode sustentar os preços atuais.
Com informações de Reuters