A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) absolveu, por unanimidade, o investidor Luiz Barsi Filho em um caso de suposto uso de informação privilegiada
O caso remonta a 2 de junho de 2021, quando a Unipar divulgou um fato relevante sobre uma possível aquisição da Compass Minerals – uma transação que não se concretizou. Essa divulgação ocorreu após a B3 observar movimentações incomuns nos papéis da Unipar nos dias anteriores.
As oscilações atípicas começaram em 27 de maio, quando a Unipar anunciou a distribuição de dividendos, incluindo valores e datas de pagamento e ex-dividendos. Barsi era membro do Conselho de Administração.
No dia seguinte, Barsi adquiriu 13,9 mil ações ordinárias da companhia, em uma operação totalizando R$ 1,1 milhão.
Durante o julgamento, a defesa de Barsi argumentou que essa operação visava receber dividendos, alinhada à sua estratégia de investimento, e que a possível negociação com a Compass, anunciada em 2 de junho, não era conhecida pelo conselho.
O relator do caso, Daniel Maeda, afirmou que "a análise da conduta é complexa", mas não encontrou indícios de informação relevante não divulgada ao público, votando, assim, pela absolvição. Seu voto foi seguido por outros quatro diretores da CVM.
Barsi, um dos maiores investidores individuais da bolsa, possui uma fortuna estimada em R$ 2 bilhões, exclusivamente em ações de empresas.
Sua estratégia de investimento envolve adquirir ações de empresas em setores duradouros, que pagam bons dividendos e estão sendo negociadas abaixo de seu valor patrimonial, e esperar pela valorização.
Insider trading, ou negociação com informação privilegiada, refere-se à prática de comprar ou vender ações de uma empresa usando informações confidenciais que não estão disponíveis para o público em geral. Essas informações podem incluir dados sobre resultados financeiros, novos contratos, fusões, aquisições iminentes, entre outros. O insider trading é ilegal em muitos países, pois viola a igualdade de informação entre os investidores e pode prejudicar a integridade e a confiança nos mercados financeiros. Aqueles que são considerados culpados de insider trading podem enfrentar penalidades severas, incluindo multas substanciais e até mesmo prisão.