Relembre pelo quê o dia 17 de maio ficou marcado no mercado financeiro do país.
O dia 17 de maio de 2017 entrou para a história da política brasileira e do mercado financeiro. Conhecido como Joesley Day, a data marca o dia em que as conversas entre o então controlador e empresário do grupo JBS, Joesley Batista, e o presidente da República à época, Michel Temer, vieram à público, desencadeando uma tempestade político-financeira que poderia, conforme especulou-se à época, causar até mesmo um impeachment do presidente.
Embora o impeachment não tenha se concretizado, muito se perdeu com o vazamento dos áudios: a aprovação da reforma da previdência foi comprometida, além do derretimento das ações na bolsa de valores e volatilidade extrema.
O motivo de tanta instabilidade? A fala do presidente, que deu aval a Joesley quanto à compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Ainda que você não tenha acompanhado a política na época, provavelmente ouviu o meme "Tem que manter isso aí, viu?" – frase que faz referência à fala de Temer para Batista sobre continuar pagando propina ao ex-deputado.
O terremoto causado pela divulgação da conversa fez com que o dólar sofresse a maior queda em 14 anos e o índice Bovespa despencasse 9%. A queda só não foi maior porque a B3 acionou o Circuit Breaker, mecanismo de segurança utilizado para paralisar as negociações por um período determinado quando o Ibovespa tem quedas na ordem de 10%.
Os ganhos de Joesley Batista
Sabendo antecipadamente da divulgação da delação, Batista utilizou as informações privilegiadas em benefício próprio: comprou cerca de US$ 3 bilhões de dólares, que se valorizaram após a conversa se tornar pública.
Com isso, Batista acabou preso em 2017, acusado de manipulação de mercado, fraude financeira, corrupção e pagamento de propina.
Por onde anda Joesley?
Em junho de 2018, Batista foi afastado do cargo no grupo JBS por cinco anos, em contrapartida de um acordo de leniência assinado com o Ministério Público Federal, em um acordo costurado na Operação Lava Jato. O empresário precisou pagar R$ 10,3 bilhões de reais para o governo brasileiro, a instituições que foram prejudicadas pelos atos criminosos cometidos pelos executivos da JBS, incluindo ele.
Segundo a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo, atualmente ele e seu irmão Wesley movem processo contra a JBS, da qual voltaram a ser controladores ainda em 2020, após decisão da 6ª Turma do STJ. No processo, ambos pedem indenização pela multa paga devido ao acordo de leniência já que, segundo eles, a companhia obteve benefícios financeiros devido ao acordo.
Futuro da JBS
Em julho, as operações globais da JBS (JBSS3) mudaram de direção. A gigante do mercado de proteína animal anunciou Wesley Batista Filho como novo presidente global de operações. Ele é filho de Wesley, sobrinho de Joesley.