Dados desencorajadores do CPI americano contribuíram para a queda das moedas digitais.
Nas últimas 24 horas os mercados de criptomoedas registraram uma perda de aproximadamente 12% de valor total devido às incertezas no campo macroeconômico. O Bitcoin (BTC), a criptomoeda mais conhecida e negociada no mundo inteiro, registrou queda de 13% e já regrediu para o seu menor valor em mais de 18 meses.
Enquanto isso, sua maior concorrente, a Ethereum (ETH), perdeu 18%. Já a criptomoeda Dogecoin (DOGE) recuou 21%. Seguindo o fluxo da queda, Solana (SOL), Polkadot (DOT) e XRP (XRP) sofreram um prejuízo de pelo menos 16% durante o período.
Mas não foram somente essas criptomoedas que acumularam perdas: as 100 principais moedas digitais do mercado foram afetadas em torno de 15%.
Em meio à queda, o valor das liquidações, de US$ 1 bilhão de dólares, ficou abaixo do esperado, se comparado a última liquidação - o que pode indicar que as vendas à vista foram a principal causa para o acontecimento.
CPI
Vale lembrar que na semana passada foram divulgados os dados de maio da inflação dos Estados Unidos - o Índice de Preços ao Consumidor (CPI). Os resultados foram mais altos do que o esperado e acabaram favorecendo a queda das moedas digitais.
Segundo o governo americano e o site Bloomberg, após a inflação ultrapassar 8,3% em 2021, os comerciantes passaram a precificar novos aumentos de juros de mais de 175 pontos base até setembro, com duas adições de meio ponto e uma de 75 pontos base.
Nesta segunda-feira (13), os efeitos dessa análise se apresentaram e acarretaram a queda nos ativos globais. Os índices de ações asiáticos estão encerrando o dia com mais de 3% de perdas. O índice europeu, Stoxx 600, assim como o Dax, índice alemão, recuaram em 2,2%. Nos Estados Unidos, o resultado não é diferente, totalizando uma queda de 3%.
Mais perdas? Especialistas explicam
Ao ser questionado sobre o futuro do mercado de criptomoedas pelo CoinDesk, o cofundador da Brickken (empresa de tokens e ações), Manuel Ortiz-Olave, avaliou: "Podemos estar enfrentando perdas ainda mais graves no futuro. O crescimento econômico está claramente desacelerando e os relatórios já sugerem que os EUA podem ter uma recessão no próximo ano".
"A inflação mais alta continuará forçando taxas de juros mais altas, e as taxas de juros mais altas também são negativas para o crescimento econômico" acrescentou.
O cofundador da Brickken também fez questão de destacar na entrevista que algumas das empresas mais importantes do mundo, como Apple, Microsoft e Nike, já relataram desacelerações nas vendas - e a Tesla indicou que demissões ocorrerão em breve. "São manchetes claramente negativas, que combinadas com preços mais altos de alimentos e combustíveis, fazem as pessoas terem mais cuidado com suas economias", explicou o especialista.
Binance suspende saques
Nesta manhã, a Binance, maior exchange de criptomoedas do mundo em volume de negociação, paralisou operações. Segundo uma publicação do CEO da empresa, Changpeng Zhao, no Twitter, o problema ocorreu "devido a uma transação travada causando um atraso".
O problema, de acordo com a empresa, "seria resolvido em poucos minutos", mas provou-se que seriam necessárias algumas horas até que fosse contornado.
Zhao ainda assegurou que o contratempo estava afetando somente a rede Bitcoin. A criptomoeda ainda está disponível para a compra em outras redes.
E você, investe em moedas digitais? Está vendendo ou acha que é hora de comprar?
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