Por Redação com Estadão Conteúdo em Terça, 23 Mai 2023
Categoria: Mercados

Ibovespa ignora cautela externa e sobe a 110 mil pontos, à espera de votação do arcabouço

À tarde, o mercado avaliará as projeções da projeções de curto e médio prazo para PIB, inflação e resultado fiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE). 

Apesar da moderada cautela expressada nas bolsas norte-americanas por conta do impasse em torno negociações sobre a elevação do teto da dívida dos Estados Unidos, o Ibovespa sobe na faixa dos 110 mil pontos nesta terça-feira (23). Os investidores locais esperam a definição da data da votação em plenário do arcabouço fiscal e monitoram a gripe aviária no Brasil.

Mais tarde (15h30), o mercado avaliará as projeções da projeções de curto e médio prazo para PIB, inflação e resultado fiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE). "Espera o boletim fiscal para saber como serão as estimativas do governo, principalmente para arrecadação e endividamento público, como virá especialmente a parte fiscal, na tentativa de ver se é mesmo possível zerar o déficit dos próximos anos como pretende o arcabouço fiscal", avalia Alan Dias Pimentel, especialista de investimentos na Blue3 Investimentos.

O relator do arcabouço fiscal, deputado Claudio Cajado (PP-BA), disse que fará alterações redacionais no texto para esclarecer trechos que criaram ruídos. "Olhando para essa questão envolvendo o arcabouço, existe a expectativa de se votar amanhã. A expectativa é boa, de aprovação. Só não se sabe qual texto será aprovado", diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, em nota.

"O noticiário sobre o tema aponta a tarefa hercúlea que o governo terá que fazer para que haja a convergência do fiscal atual para a projeção do executivo de déficit de 0,5% do PIB este ano", cita em relatório o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez.

Segundo Pimentel, a alta do Ibovespa reflete ainda parte das mudanças para baixo e para cima nas projeções para a inflação e para o PIB, respectivamente, ontem no boletim Focus do Banco Central (BC). "Reflete um pouco os dados de ontem de inflação na Focus. Para o ano que vem, caiu e está mais perto da meta, o que vem confirmando o que o BC esperava", diz o especialista da Blue3 Investimentos.

Para 2024, a mediana de 4,13% (de 4,15%) supera o centro da meta (3%), mas está dentro do intervalo de tolerância superior, que vai até 4,5%.

Além da espera de sinais sobre as negociações a respeito do teto da dívida dos EUA, no exterior, o foco das atenções estão nos índices de atividade PMIs. Na Europa, os resultados desagradaram aos mercados. Nos EUA, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto avançou a 54,5 em maio, de 53,4 em abril. Trata-se do maior nível em 13 meses.

As commodities têm sinais divergentes. O petróleo tenta seguir em recuperação das perdas recentes e o minério de ferro fechou em baixa de 2,95% em Dalian. As ações da Vale cediam 1,59% perto de 11h20, enquanto as da Petrobras subiam cerca de 1,80%.

A perspectiva de um rombo maior nas contas públicas do Brasil em 2023 mostra que o desafio da equipe econômica do governo Lula em cumprir a promessa de entregar superávits à frente. Em um quadro pior neste ambiente, o Ministério do Planejamento indicou ontem a necessidade de um bloqueio de R$ 1,7 bilhão de reais para o cumprimento do teto de gastos em 2023.

Ontem, o Ibovespa fechou em queda de 0,48%, aos 110.213,12 pontos. Às 11h19, o Índice Bovespa subia 0,46%, aos 110.717,60 pontos, mais perto da máxima intradia dos 110.737,25 pontos, em alta de 0,48%, do que da mínima (109.915,37 pontos, -0,27%).

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