Por Redação com Agência Brasil em Segunda, 06 Dezembro 2021
Categoria: Mercados

IBGE aponta impacto da pandemia no mercado de trabalho em 2020

O nível de ocupação foi o menor da série histórica.

O mercado de trabalho também foi um dos setores que foram afetados negativamente pela pandemia da covid-19 e a piora nesse setor foi confirmada após a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgar uma análise das condições de vida dos brasileiros, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Podemos observar resultados positivos até metade da década passada na avaliação de evolução do Produto Interno Bruto (PIB) e da dinâmica do consumo das famílias. Tivemos taxas de crescimento acumulado entre 2010 e 2014 de 12,9% e 16,6%. Porém nos seis anos finais tivemos quedas de 10,8% e 10,6%. Já as retrações no ano de 2020 foram de 4,8% do PIB e no consumo das famílias per capita 6,2%.

A retração no mercado de trabalho causada pela pandemia resultou em um aumento das taxas de desocupação e subutilização, que já estavam altas após a crise de 2015 e 2016 e atingiram 13,8% e 28,3% respectivamente.

Já o nível de ocupação ficou pela primeira vez em 51%, o menor da série. De acordo com o IBGE, entre os jovens de 14 a 29 anos, esse indicador teve uma queda de 49,4% em 2019 - para 42,8% em 2020. No ano de 2012, esse indicador era de 53,7%.

A taxa de informalidade em 2019 e 2020 teve uma queda de 41,1% para 38,8%. Já entre pretos e pardos, em 2020, esse percentual foi de 44,7% ante 31,8% da população ocupada branca. Os pretos e pardos eram 53,5% da população ocupada e 64,5% dos subocupados por falta de horas.

A pandemia do covid-19 teve um grande impacto nos empregos em atividades de serviços, principalmente de alimentação e alojamento, que caiu para 21,9%. Já os serviços domésticos caíram em 19,6% e outros registraram retração de -13,7%.

Desigualdades

A pesquisa feita pelo IBGE aponta a manutenção de desigualdades históricas no mercado de trabalho do país. A população ocupada total é predominantemente de cor preta ou parda: 46,3 milhões; já a branca representa 39,5 milhões. Porém, podemos observar que os trabalhos com menor remuneração e maior informalidade são ocupados majoritariamente por pretos ou pardos.

Já o rendimento dos homens era 28,1% maior do que o das mulheres. Devido à pandemia, 18,6% dos trabalhadores foram afastados do trabalho, e a maioria foram mulheres: 23,5% em comparação com os homens, que foram 15%.

Em 2020 os homens eram a maioria da população ocupada com 58,3%, já as mulheres com 41,7%. As mulheres também foram consideradas a maioria de subocupadas por insuficiência de horas nesse mesmo ano, com 52,4%, o que também aconteceu com as pessoas de cor preta ou parda: 64,5%. 

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