Traders brasileiros sofreram grandes prejuízos com o colapso da corretora; saiba valores.
O advogado John J. Ray III - conhecido por ter resolvido as falências da Enron (companhia de energia americana) e da Nortel (empresa fornecedora de suprimentos industriais) - assumiu o cargo de CEO na FTX em 11 de novembro, em meio ao caos que a exchange de moedas vem enfrentando.
Sam Bankman-Fried (conhecido como SBF) - antigo CEO da exchange - renunciou ao cargo diante de um déficit de US$ 8 bilhões de dólares na empresa devido a uma súbita crise de liquidez (entenda aqui).
Na semana passada, Ray pediu recuperação judicial, alegando nunca ter visto "uma falha tão completa de controles e uma ausência tão completa de informações financeiras confiáveis".
O novo CEO, de 63 anos, possui vasta experiência no quesito falências e reestruturação e já atuou em diversos casos complexos da área. A FTX, anteriormente avaliada em US$ 32 bilhões de dólares, está contando com a ajuda dele.
Considerando o cenário atual, agências americanas - dentre elas a Securities and Exchange Commission (SEC), que atua de forma similar a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão público brasileiro, estão investigando a FTX.
Rey ficará encarregado de acompanhar os detalhes do processo, as entidades envolvidas e localizar ativos.
Consequências
O colapso da FTX instigou muitos usuários de redes sociais a se manifestarem e relatarem suas perdas diante da baixa. Veja alguns relatos:
"Eu tô muito mal porque perdi mil dólares quando eu mais preciso".
"Caramba, eu perdi 46 mil dólares. Ainda estou sem acreditar. Era meu futuro e foi por água abaixo".
Uma fonte ouvida pelo site Valor Econômico relatou seu arrependimento após ter gasto todos os seus recursos oriundos de investimentos para adquirir criptomoedas na FTX. Segundo ele, essa situação "afeta muito o psicológico". Com isso, o entrevistado não poderá comprar seu desejado apartamento, além de ter que realizar empréstimos por um bom tempo.
Juliano Prado Carvalho, de 35 anos, resolveu virar trader durante a pandemia da Covid-19 para ampliar a sua renda, já que no setor em que trabalhava (turismo), teve uma redução salarial de 75%. Com isso, Carvalho abriu uma conta na FTX e passou a se dedicar exclusivamente ao trade. Sua incursão no mercado lhe causou um prejuízo de aproximadamente R$ 110 mil reais após o colapso da plataforma.
"Era tudo o que eu tinha. Perdi tudo. E não só o meu dinheiro. Tinha também dinheiro da minha mãe envolvido. Foi um buraco bem fundo", desabafou o trader. "A ferramenta da FTX era muito boa para trade. A gente tinha muita confiança nela".
Até alguns investidores mais experientes confiaram na plataforma. M. Cervelin, de 52 anos, que normalmente não se arrisca no mercado financeiro, abriu uma conta na FTX para comprar uma criptomoeda recomendada por seu amigo e acabou não conseguindo sacar cerca de R$ 35 mil reais no dia 11 de novembro, que ficaram retidos por conta da falência.
Já o trader gaúcho André Fauth perdeu R$ 1 milhão de reais investidos por meio da corretora, segundo reportagem publicada pelo InfoMoney; agora, ele pretende entrar com uma ação contra a FTX.
E você, investe em criptomoedas ou considera o mercado muito volátil para sua carteira?