Brasileiro ainda escolhe o que comprar baseado no preço, sem considerar as práticas ESG de empresas.
Com as mudanças climáticas batendo à porta e o mundo cada vez mais preocupado com políticas sustentáveis, como a busca por zerar emissões de gases tóxicos e transição para energia limpa, ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) é um tema que cresce em relevância para investidores.
Mas, enquanto no mundo é cada vez maior a busca por parte de investidores e dos consumidores por empresas que se preocupem com ESG, no Brasil, a preocupação com o meio-ambiente e social esbarra na baixa renda da população.
Por aqui, temos iniciativas de estímulo do consumo consciente como o Sistema B Brasil, que reúne negócios que buscam equilibrar propósito e lucro. A organização busca criar um sistema econômico inclusivo, equitativo e regenerativo, segundo seu site. Mas o brasileiro segue comprando o que cabe no bolso.
Para Maria Eugênia Buosi, CEO da consultoria Resultante ESG, e Lincoln Camarini, chefe de ESG Risk & Research, em nota enviada à reportagem do Estadão, a agenda de venda de produtos ESG ainda é "um processo embrionário".
Segundo os especialistas, embora já existam discussões a respeito de ESG no Brasil, poucos varejistas conhecem cada uma das letras da sigla. Na mesma nota, eles afirmaram que a maior parte das empresas analisadas por eles começou a adotar práticas ESG somente de 2020 em diante. Eles acreditam que é difícil medir resultados em sustentabilidade no curto prazo. A agenda ESG é uma jornada, e jornadas levam tempo.
Os especialistas ressaltaram ainda que, no setor varejista, as margens são baixas e a inflação torna as companhias mais cautelosas, já que o ESG pode custar "um pouco mais caro no início", fato que se deve ao investimento em novas tecnologias e métodos de produção.
ESG no mercado de capitais
No mercado de capitais, o ESG vêm crescendo rapidamente e demonstrando bons resultados, à medida que companhias que adotam medidas em prol do meio-ambiente e da sociedade, além de governança corporativa, vêm alcançando resultados melhores do que seus pares menos engajados nessas causas.
É possível investir tanto em companhias que apostam em ESG, quanto em fundos que levam o tema em consideração. Mas, nesse caso, é importante estar atento à composição do fundo, já que muitos deles podem ser fundos setoriais neutros, que reúnem também companhias sem compromisso com ESG.
E você, investe em companhias que possuem iniciativas de ESG? E a prática é um diferencial na hora de escolher o que vai consumir? Conte para a gente!