Empréstimos em tela também estavam sendo levados em conta no cálculo de fluxo estrangeiro.
Na última sexta-feira (01) a Bolsa de Valores do Brasil (B3) admitiu que errou na metodologia de cálculo do saldo de investimento estrangeiro no mercado de capitais do país desde outubro de 2020. Com o erro, o saldo positivo no mercado secundário em 2022 caiu de R$ 91,6 bilhões para R$ 64,1 bilhões de reais.
A diferença de 42% (equivalente a R$ 27 bilhões de reais) é referente ao primeiro trimestre de 2022 (até o dia 30 de março) e ocorreu porque a Bolsa considerava o volume de empréstimos de ações via tela - o que não representa fluxo financeiro - no indicador divulgado diariamente, com defasagem de dois dias úteis.
A entidade explicou que empréstimos de ações feitos via tela não tem fluxo financeiro, ou seja, não tem pagamento e não deveria ser contabilizado como compra ou venda, afirmou o diretor de produtos da B3, Sergio Kondic, em teleconferência com jornalistas.
Até o momento, somente os dados de 2022 foram revisados, logo, faltam os anos de 2020 (desde outubro) e 2021. Mas, segundo Kondic, a revisão dos dados não tem impacto nas demonstrações contábeis da B3.
Novos números
Após a revisão dos dados do primeiro trimestre de 2022, o saldo positivo de investimento estrangeiro do mês de janeiro desceu de R$ 32,5 para R$ 23,4 bilhões de reais; o de fevereiro de R$ 30,1 para R$ 20,6 bilhões e o de março, de R$ 28,5 bilhões para R$ 20,1 bilhões - calculados até 30 de março, devido à defasagem de dois dias úteis no cálculo.
Repercussão
Veja como a situação repercutiu nas redes sociais.
Houve quem questionasse a credibilidade da B3:
E também quem achasse que o erro foi proposital, como nas respostas de um tweet bem-humorado sobre o erro.
E você, o que achou da situação? Conte para a gente nos comentários!