Moeda sobe 0,39% nesta segunda-feira, enquanto investidores monitoram Lula na ONU, possível encontro com Trump e projeções econômicas do Boletim Focus
O dólar começou uma semana em alta. Por volta das 9h10 (BRT), a moeda avançava 0,39%, negociada a R$ 5,3410, após ter fechado a sexta-feira (19), com leve valorização de 0,03%, a R$ 5,3203. O Ibovespa, que subiu 0,25% no último pregão e fechou aos 145.865 pontos, abre às 10h.
Os investidores acompanham de perto o cenário político e as declarações de autoridades econômicas. Em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da Assembleia Geral da ONU. Embora não haja confirmação oficial, há expectativa de um possível encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, justamente no dia em que passam a valer as tarifas de 50% impostas por Washington a produtos brasileiros.
Antes da abertura, o Banco Central divulgou o Boletim Focus, que manteve a projeção de inflação em 4,83% para 2025. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa nesta manhã do evento Macro Day, promovido pelo BTG Pactual. Nos Estados Unidos, os investidores aguardam discursos de representantes do Federal Reserve: Alberto Musalem, Beth Hammack, Stephen Miran e Tom Barkin.
A pesquisa Focus mostrou que o mercado projetou uma taxa básica de juros Selic em 12,25% ao final de 2026, confirmando a revisão da semana anterior, quando a estimativa caiu de 12,50% para 12,38%. Para 2025, a expectativa segue em 15%, após decisão recente do BC de manter a taxa inalterada. O levantamento também manteve as projeções de crescimento do PIB em 2,16% para este ano e 1,80% para o próximo. As projeções para o câmbio também não mudaram, com o valor estimado em R$ 5,50 em 2025 e R$ 5,60 em 2026.
Na sexta-feira (19), o Banco Central vendeu US$ 2 bilhões em dois leilões de linha para rolagem de contratos que vencem em outubro. No primeiro leilão, foram vendidos US$ 1 bilhão com taxa de corte de 5,291000%, com liquidação marcada para 2 de outubro e recompra em 3 de fevereiro de 2026. No segundo, também de US$ 1 bilhão, a taxa de corte foi de 5,158000%, com recompra prevista para 3 de março de 2026.
O noticiário internacional também influencia o mercado. Na sexta-feira (19), Donald Trump e Xi Jinping conversaram por telefone para tentar avançar em um acordo que permitiria manter o TikTok nos Estados Unidos e reduzir os encargos comerciais entre as duas potências. Trump descreveu a ligação como produtiva e disse esperar um encontro com o líder chinês durante a cúpula da Apec, entre 30 de outubro e 1º de novembro, na Coreia do Sul. Xi classificou a conversa como positiva e pediu que Washington evitasse medidas unilaterais que prejudicassem os avanços nas negociações.
O Congresso americano determinou que o aplicativo seja bloqueado para usuários do país a partir de janeiro de 2025, caso os investidores não sejam vendidos pela controladora chinesa ByteDance. Trump, no entanto, evita aplicar a medida enquanto procura um novo comprador, afirmando temer ocorrência negativa de utilizadores.
Nos mercados internacionais, Wall Street fechou em alta na sexta-feira, impulsionada pelo primeiro corte de juros do Federal Reserve neste ano e pelo otimismo com ações de tecnologia e inteligência artificial. O S&P 500 subiu 0,47%, para 6.662,84 pontos, o Nasdaq avançou 0,69%, a 22.625,48 pontos, e o Dow Jones ganhou 0,36%, fechando a 46.315,77 pontos.
Na Europa, as bolsas foram encerradas em queda após uma semana marcada por decisões de política monetária. O índice pan-europeu STOXX 600 recuou 0,30%, o FTSE de Londres caiu 0,12%, o DAX de Frankfurt perdeu 0,15% e o CAC-40 de Paris teve baixa de 0,01%. Na Ásia, os preços tiveram desempenho misto: o Nikkei de Tóquio caiu 0,6%, o Hang Seng de Hong Kong ficou estável, o SSEC de Xangai perdeu 0,30%, o CSI300 subiu 0,08% e o KOSPI de Seul obteve 0,46%.
Com informações de G1